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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Dezembro/2016 Pós-verdade, opinião pública e democracia

Redação corrigida 250

Contra-hegemonia

Inconsistente Erro Correção

Nas sociedades capitalistas, ideias são produtos que devem ser e são comercializados, prontos para serem consumidos pelo público. As corporações midiáticas, televisão, jornais, rádio, revistas, fazem parte do cotidiano popular, onde suprem a suprindo a necessidade de informações. Não são atuais as críticas sobre o quanto esses meios de comunicação massificam, e não difundem, ou como afetam a capacidade de discernimento do público consumista.

A palavra hegemonia é usada como base pelo filósofo italiano Antonio Gramsci para descrever o processo de dominação pelos mais diversos veículos comunicacionais. A elite, controlando esses meios, distorce e/ou oculta fatos para promover, á entre a população em geral, sua forma de pensar. Exemplo, na durante a ditadura militar, a à qual o sistema televisivo era favorável. Apesar da truculência deste período, a televisão brasileira, especialmente a rede globo Rede Globo, adotou medidas visando a aprovação do regime ditatorial.

Não existe jornalismo imparcial, é verdade. Contudo, a supremacia das vontades de uma minoria, por manipulações, em detrimento das causas populares, é uma das vertentes da desigualdade social. Exemplo, quando noticia-se a greve de professores, intitulando: Greves deixam escolas sem aulas. Ao invés de compadecer-se com as reivindicações dos professores, a população coloca-os em posições posição de vilões, prejudicadores do ensino, sendo que, por ventura, nem sabem os motivos daquelas greves.

Os meios de comunicação não massificados, ajudariam massificados ajudariam com uma contra-hegemonia, tratando de questões sociais que realmente são de anseios dos cidadães cidadãos. A grande mídia, frequentemente, conta com o aumento de verba do governo para fazer papel publicitário. Isto é, não incluir críticas, rechaçar partidos ou políticos opositores, não abordar assuntos delicados, desemprego, por exemplo, e ajudar a aprovação de medidas, mesmo que essas prejudiquem a população. Já os veículos de comunicação independentes são mais livres, autônomos quanto a à análise de um governo, político.

Portanto, é preciso democratizar os meios, para que todas as interpretações de um mesmo acontecimento sejam levadas ao público, e assim este seja para torná-lo mais discernente. Comparando, interpretando, selecionando. Senso crítico, todos temos, mas é preciso exercitá-lo. Afinal, caso contrário contrário, o regime militar brasileiro teria perdurado, talvez, até o milagre econômico. Mas o povo decidiu reivindicar seus direitos por participação política, por uma democracia, contrariando a televisão que insistia em mostrar-nos a ditadura como o melhor para o país.

Comentário geral

Texto fraco, prolixo e muito mal escrito. Independentemente de se concordar com o ponto de vista do autor, que é profundamente ideológico ou até mesmo sectário, o fato é que ele não consegue expressar suas ideias com a devida clareza e correção gramatical. Também não consegue persuadir o leitor de seu ponto de vista, pois não apresenta premissas inquestionáveis. Para piorar, onde está a ideia de pós-verdade nesse texto? Pode-se supor que ao falar do papel alienante dos meios de comunicação, o autor queira dizer que a mídia só veicula informação pós-verdade. Mas é uma suposição, não há nenhum elemento que explicite que o autor está se referindo ao conceito que é o tema da redação. Não seria impossível que o texto tirasse um zero, por não tratar claramente a questão da pós-verdade. Optamos por não zerar a redação, para mostrar seus problemas pontuais a seguir.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) não se trata de as críticas à imprensa serem ou não atuais. O que o autor quer dizer é que existem críticas aos meios de comunicação, apontando sua parcialidade e caráter ideológico. b) Massificar é uma expressão ambígua. Provavelmente, o autor tem em vista massificar opiniões, padronizá-las, torná-las críveis para as massas. Mas, sem deixar claro que é de opinião massificada que ele está tratando, massificar não é necessariamente algo condenável. c) Difundir é verbo transitivo, precisa de um complemento para fazer sentido. d) O autor pode tachar o público de consumista, mas isso pode ser visto simplesmente como um preconceito dele contra o público de um modo geral.

2) Segundo parágrafo: a) Hegemonia é, de fato, um conceito gramsciano, mas basta ir ao dicionário para ver que seu significado foi muito mal explicado pelo autor da redação. Hegemonia, para Gramsci, não é exatamente o que o texto diz. b) A frase que apresenta o exemplo tem sintaxe truncada. Além disso, o que o autor chama de sistema televisivo? As emissoras de televisão ou o sistema técnico pelo qual se fazem as transmissões televisivas? Se falasse apenas em emissoras de TV, o autor não incorreria em ambiguidade. c) O que o autor quer dizer com a expressão ambígua adotar medidas visando a aprovação do regime? Simplesmente, que a Rede Globo apoiou a ditadura. É preciso ser objetivo e falar claramente, não ficar fazendo volteios.

3) Terceiro parágrafo: aqui o autor deixa de lado todas as normas da gramática. Entende-se o que ele quer dizer, mas ele o disse de um modo confuso e ambíguo. Além disso, destilou mais preconceito com o público, ao dizer que ele se deixa manipular por uma estratégia tão simplista. Na verdade, aqui, o autor revela ter um pensamento pós-verdade, pois ele crê no que seus sentimentos dizem e se contenta em fazer uma análise rasante dos fatos, para adequá-los a sua opinião. Ora, a manchete "Greve deixa escolas sem aulas" é uma manipulação? Evidente que não, se os professores estão em greve, não há aulas. Não pode haver. Se houver, não há greve. Então, a análise que o autor faz não é suficiente para provar seu ponto de vista. 

4) Quarto parágrafo: a) meios de comunicação de massa não massificados é um paradoxo. b) quais são as questões sociais de anseios da população? Aparentemente, mais uma vez o autor se utiliza de rodeios para dizer o que, em português claro, é simplesmente: os meios de comunicação não tratam dos verdadeiros interesses da população – o que, por sinal, é uma opinião bem discutível. c) Aparentemente, é o autor que ainda vive na ditadura militar, pois essa descrição da imprensa não dá conta de sua pluralidade atual. O próprio autor vai fazer uma ressalva no final do parágrafo, ao falar de veículos independentes. Só que o faz de modo tautológico: se os veículos são livres é porque são independentes. c) Um governo político? Todo governo é político. Provavelmente, o autor quiz dizer análise de um governo ou de um político.

5) Quinto parágrafo: a) os três verbos no gerúndio não formam orações independentes, são redundantes e podem ter como sujeito tanto os meios quanto o público. b) O que o autor chama de milagre econômico? O chamado milagre econômico brasileiro ocorreu durante a ditadura, nos anos 1970. Só que ele foi breve. A ditadura ainda perdurou cerca de 15 anos, após o milagre econômico

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 50
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 50
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 50
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 50
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 50
Nota final 250

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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