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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Abril/2016 Impeachment: a presidente deve perder o mandato?

Redação corrigida 900

Impeachment: razões para ser favorável

Inconsistente Erro Correção

O Brasil passa atualmente por um novo período de instabilidade política, dado o acatamento do pedido de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Com o processo em andamento, o país está dividido entre os pró-impeachment e os apoiadores do governo.

A decisão de Cunha foi baseada na denúncia feita por Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, dois juristas de renome. Nela, acusam a presidente Dilma por crimes de responsabilidade fiscal, sendo o mais relevante dentre eles o uso indevido dos bancos públicos para pagar dividas dívidas governamentais de forma antecipada, o que é absolutamente restringido pela Lei 101/2000 de acordo com o artigo 38, que proíbe claramente o uso antecipado de crédito no último ano de mandato. A pena para este crime é previsto prevista na Constituição e consiste no afastamento do cargo.

A defesa relaciona o acatamento de do pedido de impeachment por Cunha a uma vingança política contra o PT, pelo fato de o partido ter anunciado que votaria a favor da cassação do parlamentar na mesma manhã. No entanto, a fundamentação do pedido é jurídica e foi analisada com base nisto, não tendo a ver com subjetividade, e sim com uma conduta criminosa de Dilma. Embora não tenha sido provado seu envolvimento concreto no escândalo do Petrolão, a presidente esteve envolvida no sentido de ter sido chefe da casa civil Casa Civil, uma vez que tendo o cargo executivo, foi o tempo todo omissa e, desse modo, conivente. Isto Isso torna as condições políticas que configuram crime igualmente presentes.

Portanto, é necessário que Dilma seja devidamente punida, para que sirva de exemplo da mesma forma a futuros governantes, a fim de que estes andem sob a Lei, e que além disso possibilite continuar desenvolvimento-se a democracia sigam a Lei e que, além disso, a democracia continue se desenvolvendo, resgatando assim o sentimento de justiça e seriedade de que tanto carece o país.

Comentário geral

Texto muito bom. Concorde-se ou não com a tese defendida pelo autor, o fato é que ele soube expor seu ponto de vista e argumentar para defendê-lo, de modo coerente e coeso. Estruturalmente, o texto se enquadra perfeitamente no gênero dissertativo-argumentativo, com uma introdução, um desenvolvimento em que há argumentação (que considera, inclusive, os dois lados da situação), e uma conclusão extraída das premissas expostas. Em termos de linguagem, não há problemas graves, mas deslizes e tropeços que não chegam a comprometer o texto como um todo, nem afastá-lo da norma culta. Finalmente, em termos de conteúdo, há questões discutíveis, mas que não alteram a avaliação do conjunto da redação. O autor se revela um estudante bem informado sobre os acontecimentos da atualidade.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a instabilidade política começou antes do acatamento do pedido de impeachment, em função de problemas de ordem legal (corrupção) e econômica. Então, a introdução não corresponde exatamente à realidade dos fatos, embora, por outro lado, não se possa esperar que um estudante do ensino médio introduzisse a questão como um jornalista ou um jurista. Para o nível que se exige de uma redação nessa etapa da escolaridade, a introdução é aceitável.

2) Segundo parágrafo: aqui há uma redundância desnecessária e viciosa. Ora, se a lei restringe certa prática, ela a restringe proibindo. Então dizer que restringe absolutamente e proíbe claramente é repetir-se sem acrescentar nova informação no período. Bastava dizer: “... o uso indevido dos bancos públicos para pagar dívidas governamentais de forma antecipada, o que é proibido pelo artigo 38 da lei 101/2000”.

3) Terceiro parágrafo: a defesa da presidente não se limita exclusivamente a dizer que o ato é uma vingança de Cunha. Há outros argumentos apresentados pelo titular da Advocacia Geral da União.

4) Quarto parágrafo: continuar desenvolvimento-se! Como alguém que escreve bem comete um erro tão despropositado? Distração? Talvez.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 150
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 200
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 150
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 200
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 200
Nota final 900

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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