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Benedictus (Baruch) Espinosa Filósofo holandês

24/11/1632, Amsterdã, Holanda<p> 21/02/1677, Haia, Holanda

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

08/08/2005 16h43

Atualizado em 17 de março de 2011, às 7h47.

Segundo o historiador de filosofia Émile Brehier, "não há doutrina que tenha excitado mais entusiasmo e também indignação do que a de Espinosa. Para seus contemporâneos, Espinosa é a negação da Providência, autor de um panteísmo que submerge o indivíduo.

Como ocorre sempre, os contemporâneos se impressionam mais pelas negações de um sistema do que pelas afirmações. Tomada em conjunto, a doutrina espinosista é uma doutrina da salvação pelo conhecimento de Deus. Para Espinosa, o fim da filosofia é "buscar um bem capaz de comunicar-se, cuja descoberta fará desfrutar eternamente uma alegria contínua e suprema".

Baruch (Benedictus, em latim) Espinosa era de família judia de origem portuguesa. Seu pai era um comerciante abastado. Criado dentro do judaísmo, Baruch estudou a Bíblia e o Talmude, o livro dos ensinamentos rabínicos.

Entre os anos de 1654 e 1656, dirigiu os negócios de sua família, mas, em junho desse ano, foi acusado de heresia e excomungado, tendo de abandonar a comunidade judaica. Mudou-se, então, para Leyden e depois para Haia, onde passou a viver de seu trabalho como polidor de lentes.

Em 1663, Espinosa publicou "Princípios de Filosofia Cartesiana", obra expositiva dirigida a um jovem discípulo. Certamente já trabalhava, nessa época, na sua "Ética", obra-prima que só seria publicada postumamente e que o destacaria no estudo dessa área da filosofia.

Vivendo num período em que os princípios de tolerância da sociedade holandesa estavam ameaçados, Espinosa preferiu trabalhar no seu "Tratado Teológico-político". Essa obra foi publicada anonimamente em 1670, causando escândalo.

Em 1673, foi convidado pelo rei Luís XIV a permanecer na França, recebendo uma pensão. Uma cátedra para lecionar na Universidade de Heidelberg lhe foi oferecida e recusada. Espinosa preferiu a independência para elaborar sua obra.

Levou uma vida sóbria, limitada por sua saúde frágil e faleceu em 1677, aos 44 anos. Em sua obra mais importante, "Ética", o filósofo demonstrou, à maneira dos geômetras, a inteligibilidade de Deus. Segundo ele, espírito e matéria seriam apenas dois atributos da substância única, divina, de infinitos atributos. O pensamento de Baruch Espinosa exerce ainda hoje considerável influência.

Espinosa deixou como legado, ainda, a "Reforma do Entendimento", o "Tratado Político" e uma numerosa e rica correspondência.

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