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Chiquinha Gonzaga Compositora, regente e instrumentista brasileira

17-10-1847, Rio de Janeiro (RJ)

28-2-1935, Rio de Janeiro (RJ)

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Filha de uma mulata e de um militar de família abastada, Francisca Edwiges Gonzaga nasceu na época da escravidão e foi educada para ser uma dama. Enfrentou forte preconceito pois sua postura a colocava à frente de seu tempo, no entanto realizou seu desejo de tornar-se compositora. Revolucionou os costumes e a música popular da época. Lutou pelo respeito aos direitos autorais; freqüentou a vida boêmia tocando piano em grupos de choro, bailes e teatros, enquanto as mulheres daquele tempo ficavam em casa, cuidando da vida doméstica; introduziu o violão, instrumento até então considerado de malandro, nos salões do Rio de Janeiro; foi a primeira mulher a reger uma orquestra no país; e compôs a primeira música de carnaval, a marcha Ô Abre Alas (1899), que se tornou o seu maior sucesso e é tocada até hoje nos bailes carnavalescos do país. Chiquinha Gonzaga cresceu ao som de polcas, maxixes, valsas e modinhas. Casou-se aos 16 anos, separando-se dois anos depois. Com o filho ainda no colo, foi recebida pelo meio musical carioca. Sua primeira composição de sucesso foi a polca Atraente, de 1877, feita quando era integrante do conjunto Choro Carioca, no qual foi introduzida pelo flautista Antônio da Silva Calado. Editada na véspera do carnaval, a música agradou ao público e levou suas composições populares para dentro dos salões cariocas. Em 1880, escreveu e musicou o libreto Festa de São João, que manteve inédito. Em 1885 estreou como maestrina em parceria com Palhares Ribeiro, compondo a opereta em um ato A Corte na Roça. Compôs ainda A Filha de Guedes (1885), O Bilontra e a Mulher-Homem (1886), O Maxixe na Cidade Nova (1886) e O Zé Caipora (1887), entre 2 mil composições.