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Coelho Netto Escritor maranhense

21/02/1864, Caxias (MA)

28/11/1934, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

18/09/2005 15h57

Henrique Maximiano Coelho Netto era filho do português Antônio da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre. Aos seis anos foi, com a família, morar no Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Jordão.

Ainda jovem entrou na Faculdade de Medicina, mas não permaneceu por muito tempo, por não se adaptar à frieza da morte e da anatomia.

Então com 18 anos, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, de onde saiu por se desentender com um professor, transferindo-se para a Faculdade de Direito do Recife, mas as lutas abolicionistas e republicanas não o deixaram concluir o ensino superior.

Ao lado de José do Patrocínio começou sua carreira de jornalista na Gazeta da Tarde, formando com este e mais alguns amigos o grupo da "boêmia literária" do Rio de Janeiro.

Também foi Diretor dos Negócios, da Justiça e Legislação do Estado do Rio de Janeiro (1891); professor de História das Artes, na Escola Nacional de Belas-Artes (1892); redator de debates do Senado (1893); professor de literatura no Ginásio de Campinas (1901) e no Colégio Pedro 2o (1907); deputado federal pelo Maranhão em três legislaturas (1909-1921); professor da Escola de Arte Dramática Municipal e também seu Diretor (1910) e um dos fundadores e Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1926.

Casou-se com Maria Gabriela Brandão, logo após a Proclamação da República, tendo como padrinho o próprio Presidente, Deodoro da Fonseca. O casal teve treze filhos, dos quais só sete sobreviveram.

Seu livro de estréia foi Rapsódias, de 1891, quando passou a desenvolver uma intensa carreira literária. Escritor fértil, sua obra consta de 130 livros, entre os quais estão romances, contos, crônicas, fábulas, teatro e memórias. Algumas mais representativas: "A Capital Federal" (1893); "Rei Negro" (1914); "Mano" (1924); "Fogo-Fátuo" (1929).

Para seu filho, Paulo Coelho Netto, ele possuía "o mais rico vocabulário da língua, calculado em 20 mil palavras". Já Antonio Candido diz que ele tinha a "imaginação relativamente escassa e a capacidade de observação um tanto apressada ou superficial".

Sua linguagem rebuscada, estilo opulento e luxuriante (Brito Broca), causou repulsa, especialmente nos modernistas, que dele debochavam: "O mal foi eu ter medido o meu avanço sobre o cabresto metrificado e nacionalista de duas remotas alimárias - Bilac e Coelho Neto...", diz Oswald de Andrade, no prefácio de Serafim Ponte Grande.