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Epicteto Filósofo grego

55 d. C., Heliópolis (Frigia, atual Turquia)

135 d. C., Nicópolis (Grécia)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

12/01/2008 12h40

Epicteto foi um filósofo grego, pertencente à Escola Estóica, que viveu a maior parte de sua vida como escravo em Roma. De seus ensinamentos conservam-se um "Enchyridion", ou "Manual", e alguns discursos, editados por seu discípulo, Flávio Arriano. Seu nome vem do grego, "epiktetos", que quer dizer "adquirido" ou "comprado". Seu nome de nascimento é, infelizmente, desconhecido.

Epicteto nasceu em 55 d. C. em Heliópolis, na Frígia (atualmente, Pamukkale, Turquia). Ainda durante a infância chegou a Roma como escravo do liberto Epafrodito, que havia servido como escravo do imperador Nero. Graças a Epafrodito, Epicteto estudou com o filósofo estóico Musônio Rufo.

A data da manumissão (libertação legal) de Epicteto é incerta. O que se sabe é que, por volta do ano 93 d. C. ele foi exilado, junto com outros filósofos residentes em Roma, pelo imperador Domiciano. Dirigiu-se, então, a Nicópolis, no noroeste da Grécia, onde abriu sua própria escola. Entre os romanos que, apesar do exílio, o procuraram como mestre estava Flávio Arriano, que chegaria a ser historiador de Alexandre, o Grande, e que conservaria os textos com ensinamentos de seu professor na obra "Discursos de Epicteto". Epicteto faleceu em Nicópolis, no ano 135 d. C.
 

Os "novos estóicos"


Epicteto compõe, ao lado de Sêneca de Córdova e de Marco Aurélio, imperador romano da dinastia dos Antoninos, o grupo dos chamados "novos estóicos", que corresponde à terceira fase do estoicismo. A escola estóica conheceu outras duas fases. A primeira, representada por Zenão de Círio, Cleantes de Asso e Crisipo de Solunte (ou de Sole), principal filósofo da escola. A segunda fase, conhecida como médio estoicismo, é representada por Panécio de Rodes e Posidônio, mestre de Cícero e introdutor do estoicismo em Roma.

Para os estóicos, a virtude é o único bem da vida. E viver de acordo com a virtude significa viver conforme à natureza, que se identifica com a razão, no sentido cósmico universal. O lado patológico da realidade humana é constituído pelos afetos e pelas inclinações, consistindo a virtude na liberdade diante deles, dominando-os.

Na opinião dos estóicos, sendo a virtude o único bem, o vício é também o único mal, sem termos intermediários, que são indiferentes para esses filósofos. A noção de dever, de viver segundo a razão, que significa o senso de responsabilidade, foi introduzida na ética pelos estóicos.
 

Misticismo e religiosidade


No que se refere ao pensamento de Epicteto, ele retoma a tradição cínica (a Escola Cínica, representada por Antístenes e Diógenes de Sinope, influenciou os estóicos) e simplifica-a ao extremo, transformando-a em filosofia do imediato e do universal, exposta sob a forma de exortações morais, impregnadas de misticismo e religiosidade, que valorizam a resignação e o ascetismo.

Como são Paulo, que se dizia "bom soldado de Cristo", também Epicteto considerava-se um soldado, dedicando-se à missão moral e destacando, em plano superior ao das especulações acerca da substância de Deus, a filiação divina dos homens, designados como "o próximo" tanto por Epicteto como por Marco Aurélio.
 

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