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Francis Bacon Filósofo inglês

22 de janeiro de 1561, Londres (Inglaterra)

9 de abril de 1626, Londres (Inglaterra)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

21/01/2008 09h00

Francis Bacon nasceu em Londres, em 22 de janeiro de 1561, e morreu na mesma cidade em 9 de abril de 1626. Sua educação orientou-se para a vida política, na qual alcançou posições elevadas. Filho de Nicholas Bacon e Ann Cooke Bacon, a mãe de Francis Bacon falava cinco idiomas e foi considerada como uma das mulheres mais eruditas de sua época.

Eleito em 1584 para a Casa dos Comuns, sucessivamente desempenhou, durante o reinado de Jaime 1º, as funções de procurador-geral, fiscal-geral, guarda do selo e grande chanceler. Em 1618 foi nomeado barão de Verulam e, em 1621, visconde de St. Albans. Acusado de corrupção pela Casa dos Comuns, foi condenado ao pagamento de pesada multa e proibido de exercer cargos públicos.

A obra de Bacon representa tentativa de realizar o vasto plano de "Instauratio magna" ("Grande restauração"). De acordo com o prefácio do "Novum organum" ("Novo método"), publicado em 1620, a "Grande restauração" deveria desenvolver-se através de seis partes: "Classificação das ciências", "Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza", "Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a fundamentação da filosofia", "Escala do entendimento ou O fio do labirinto", "Introdução ou Antecipações à filosofia segunda" e "Filosofia segunda ou Ciência nova".

A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles, descreviam o modo de se investigarem os fatos, passavam ao plano da investigação das leis e voltavam ao mundo dos fatos, para nele promoverem as ações que se revelassem possíveis.

Obviamente, a impossibilidade de realizar obra de tamanho vulto foi logo percebida por Bacon, que produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da "Grande restauração" chegou a completar-se e se encontra nos "Nove livros sobre a dignificação e progressos da ciência". O "Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza" apareceu em 1620.

Esboço racional de metodologia científica

Preliminarmente, Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos: 1º) a poesia ou ciência da imaginação; 2º) a história ou ciência da memória; 3º) a filosofia ou ciência da razão. A história ele a subdivide em história natural e história civil. Na filosofia, distingue entre a filosofia da natureza e a antropologia.

No que se refere ao "Novum organum", Bacon se preocupou inicialmente com a análise dos fatores (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos no domínio da ciência. Classificou-os em quatro grupos: 1º) os ídolos da raça; 2º) os ídolos da caverna; 3º) os ídolos da vida pública; 4º) os ídolos da autoridade. Os primeiros correm por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. Os "ídolos da caverna" resultam da própria educação e da pressão dos costumes. Os "ídolos da vida pública" vinculam-se à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos. Finalmente, os "ídolos da autoridade" decorrem da irrestrita subordinação à autoridade; por exemplo, a de Aristóteles.

O "Novum organum" é a expressão de uma perspectiva que tanto se afasta do empirismo radical quanto do racionalismo exagerado - ambos duramente criticados por Bacon.

Em função da nova metodologia, e como meio de realizar a busca das formas que se poderão revelar como regularidades no domínio dos fatos, Bacon recomenda o uso de três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua de presença, a tábua de ausência ou de declinação e a tábua de comparação. A primeira registra a presença das formas que se investigam; a segunda possibilita o controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes; finalmente, na última tábua registram-se as variações que as referidas formas manifestam.

Embora Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele foi o autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica. E sua teoria dos "ídolos" antecipa, em germe, a moderna sociologia do conhecimento.

Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.

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