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Martin Buber Filósofo e escritor judeu

8 de fevereiro de 1878, Viena (Áustria)

13 de junho de 1965, Jerusalém (Israel)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

04/09/2009 16h44

Descendente de rabinos poloneses, além de filósofo e escritor, Martin Buber foi teólogo e líder político. Seu avô, Salomon Buber, foi líder do judaísmo liberal (ou modernizado) e autor de uma história dos judeus da Polônia.

Martin Buber ingressou no movimento sionista em 1898, sendo nomeado diretor do jornal sionista Welt (Mundo) em 1899.

Estudioso do hassidismo (corrente mística, nascida em meados do século 18 na Polônia e na Ucrânia, inspirada na Cabala), professor de filosofia da religião e ética judaica na Universidade de Frankfurt entre 1924 e 1933, Buber migrou para a Palestina em 1938, fugindo da perseguição nazista. Lá, dedicou-se ao ensino na Universidade Hebraica, atuando nas áreas de filosofia social e de sociologia da religião.
 

Existencialismo religioso

Além do hassidismo, Buber foi influenciado pelo neokantismo, mas tornou-se famoso principalmente por seu existencialismo religioso. Suas principais obras filosóficas incluem Eu e Tu, seu livro mais famoso, de 1923, Moisés (1946), Entre homem e homem (1947) e O eclipse de Deus (1952).

O ponto fundamental do pensamento de Buber é a sua concepção das duas relações primárias: Eu-Tu e Eu-Isto. A relação Eu-Tu se caracteriza pela abertura, a reciprocidade, e um profundo senso de envolvimento pessoal. Nesse sentido, o Eu se relaciona com o seu Tu não como algo a ser estudado ou manipulado, mas como presença única que responde ao Eu na sua individualidade.

No que se refere à relação Eu-Isto, ela se caracteriza pela tendência para tratar alguma coisa como um objeto impessoal, governado pelas forças causais, sociais ou econômicas. Para Buber, em toda teoria não existencial do conhecimento está implícito o dualismo; para superá-lo, a relação teria que ser Eu-Tu e não Eu-Isto. Ou seja, o Eu não deve tratar o mundo como um objeto a ser manipulado.

Buber descreve Deus como o Tu último, o Tu que não se pode jamais tornar um Isto. Assim, Deus é alcançado não por inferência (ou indução), mas pela boa vontade de responder à realidade concreta da presença divina.
 

Enciclopédia Mirador Internacional; Dicionário de Filosofia de Cambridge