Uma vitória para toda a vida

De 1º a 7 de agosto comemora-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Anualmente, e desde 1992, a semana leva a público a importância da amamentação como elemento protetor da saúde de todo ser humano a partir de seus primeiros instantes de vida.

O evento foi criado pela Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação (World Alliance for Breastfeeding Action - WABA), organização fundada em 1991, em decorrência de encontro realizado um ano antes pela OMS e pelo UNICEF.

"Aleitamento materno: uma vitória para toda a vida!" é a versão em português do tema adotado pela WABA para a semana de 2014 (Breastfeeding: A Winning Goal for Life!) e estará em materiais de campanha produzidos em 14 idiomas e para divulgação em 120 países.

No Brasil, a Semana Mundial de Aleitamento Materno é coordenada pelo Ministério da Saúde desde 1999. É o ministério que cuida da adaptação do tema e da distribuição do material de campanha no país, com o apoio de organismos internacionais, instituições governamentais e privadas e ONGs, entre outros.

Essencial até os seis primeiros meses

O aleitamento materno é um dos fatores essenciais para a redução da mortalidade infantil. Em agosto de 2013, apenas 38% das crianças no mundo eram amamentadas exclusivamente com leite materno nos seis primeiros meses de vida, segundo informação da OMS.

Fonte de nutrição para bebês e crianças pequenas e uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência, pela transmissão de anticorpos da mãe, além de diminuir riscos de obesidade na vida adulta e diabetes, o aleitamento materno ainda soma outros benefícios: reforça os laços de afetividade entre mãe e filho, transmite a sensação de acolhimento e segurança para o bebê e, para a mãe, pode significar medida preventiva contra o câncer de mama.

Apesar de a conscientização sobre a importância do aleitamento materno ter crescido muito, principalmente entre as mães de primeira viagem, o fato é que há muitas mulheres impossibilitadas de amamentar seus filhos por motivo de doenças, ou por não produzirem leite em quantidade suficiente.

É nessas situações críticas que a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano cumpre papel social de relevância. Como tudo no Brasil é grande, a rede brasileira também é considerada a maior e mais complexa do mundo pela OMS. Em 2013, reunia 210 bancos e 117 postos de coleta, segundo dados do Ministério da Saúde.

Na rede, o Banco de Leite Humano do IFF/Fiocruz (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira) é uma referência para todo o país, com área de assistência para coleta, processamento e estocagem de leite materno doado por voluntárias. Em 2013, as doações foram feitas por 162.620 mulheres. Em 2014, e até o momento, elas já são quase 77 mil.

A informação para quem precisa de leite humano para amamentar uma criança, ou para quem queira doar, está facilmente acessível no site da rede, com indicação de locais, Estado por Estado.

"Doe vidro, doe vida"

As embalagens de vidro com tampa plástica apenas, como as de café solúvel e de maionese, são ideais para a coleta de leite humano, porque evitam contaminações e conservam os nutrientes e o sabor dos alimentos.

Como, em média, a Rede Brasileira de Leite necessita de 167 mil frascos por ano, a Abividro, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro, lançou recentemente a campanha "Doe vidro, doe vida". Inicialmente, a campanha se concentra em São Paulo e Rio de Janeiro, devendo se estender para os demais Estados em breve.

Atenta, a operadora de planos de saúde Central Nacional Unimed aderiu à campanha, destinando os frascos coletados ao Centro de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno da Universidade Federal de São Paulo.

Para quem puder colaborar, os sites do Banco de Leite Materno e da campanha têm mais informações.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.