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Trabalhador solidário

Lucila Cano

20/02/2015 06h00

Dois exemplos recentes - um vindo da indústria e outro do segmento de serviços – mostram como os colaboradores das empresas participam cada vez mais de projetos sociais e até influem nas decisões solidárias.

Em Belo Horizonte, uma instituição espírita recebeu doação de US$ 10 mil da seguradora Prudential do Brasil, em ação solidária inspirada em um executivo japonês, mas que tem o envolvimento de corretores franqueados.

Empregados da Volkswagen do Brasil de quatro cidades-sede de suas fábricas participam voluntariamente do programa “Uma hora para o futuro”, no qual doam o valor equivalente a uma hora de trabalho no ano para entidades no entorno das fábricas. Em 2014, essa ação rendeu R$ 387 mil.

O mérito de doar

Em memória do primeiro presidente da Prudential do Japão, comprometido com a proteção familiar e o envolvimento com a comunidade, a seguradora criou o “Prêmio Kiyo Sakaguchi Coração de Ouro” para reconhecer o melhor corretor franqueado de seguro de vida, o qual é chamado de Life Planner.

Anualmente a Prudential reconhece o Life Planner que se destaque por sua atitude ética e empreendedora, mas que, ao mesmo tempo, seja um modelo de humanidade e dedicação às pessoas. Detentor de tal mérito, esse profissional, então, pode escolher uma organização filantrópica para receber uma doação da Prudential.

Assim, por indicação de Leonardo Mourão Cota, Life Planner de 2014, a Prudential do Brasil doou US$ 10 mil para o GEAG (Grupo Espírita Amália de Godoy). Na região do bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte, a instituição beneficia um asilo e duas creches, além de atender famílias carentes e distribuir refeições para moradores de rua, entre outras atividades.

O valor recebido do Prêmio Kiyo será empregado na reforma e ampliação das instalações do GEAG.

Uma hora de trabalho por ano

O programa “Uma hora para o futuro” é uma iniciativa do Comitê Mundial dos Trabalhadores da Volkswagen que, por aqui, recebeu a adesão de colaboradores das fábricas de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, no estado de São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná.

O montante de R$ 387 mil resultou das doações de horas no mês de dezembro de 2014 e foi doado em partes, de acordo com o volume obtido em cada fábrica.

A fábrica de São Bernardo do Campo arrecadou cerca de R$ 175 mil, que foram doados para o Centro Cultural Afro-brasileiro Francisco Solano Trindade.

A instituição foi criada em 1998 a partir de uma doação do programa “Uma hora para o futuro”. Desde então conta com essa ação solidária todo ano para oferecer oficinas culturais para crianças e adolescentes, com aulas de música, dança e manifestações folclóricas.

Os empregados de Taubaté doaram pouco mais de R$ 120 mil para o Projeto Esperança São Pedro Apóstolo que recebe o apoio do programa há 11 anos.

Perto de 600 pessoas são beneficiadas por ações culturais e esportivas do projeto, o qual também contempla a capacitação profissional, com aulas de inglês e informática e oficinas profissionalizantes.

Na fábrica de São José dos Pinhais, os colaboradores somaram cerca de R$ 75 mil, que foram destinados ao Patronato Santo Antônio.

A instituição voltada para a capacitação profissional existe há 66 anos e há quatro recebe apoio do programa. Os recursos deste ano ajudam a financiar cursos de Mecânica Industrial, Auxiliar de Linha de Produção, Ferramentaria, Auxiliar Administrativo e Produção Industrial em parceria com o SENAI.

Os quase R$ 16 mil doados pelos colaboradores da fábrica de motores de São Carlos foram para a Acorde (Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional).

Criada em 1988 por um grupo de mães que buscava atendimento especializado para seus filhos, a Acorde atende cerca de 30 alunos e oferece atividades de fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia, educação física e fisioterapia.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.