Engenharia sustentável
Dois encontros recentes - um em São Paulo e outro no Rio - demonstram como a preocupação com a sustentabilidade se estende a todas as áreas produtivas.
A programação da sétima edição do Encontro Ambiental de São Paulo (VII EcoSP), nos dias 23 e 24 de abril, confirma a tendência de reciclagem de materiais e melhor aproveitamento de recursos naturais na construção civil.
Para o evento a cargo da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), a consultora de sustentabilidade Tiemi Yamashita preparou a palestra “Mottainai – Conceito de desperdício: Uma nova leitura de sustentabilidade na prática”, de maneira a provocar a reflexão sobre o desperdício nos serviços de engenharia.
Outro importante tema do encontro, a reciclagem de resíduos, foi incluído na palestra “Gestão inteligente dos resíduos da construção civil e demolição: Problema transformado em oportunidade”, sob responsabilidade da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção (Abrecon).
Nas palavras de Hewerton Bartoli, diretor da Abrecon, o modelo de construção civil em voga no Brasil é o mesmo há muitos anos e as novidades tecnológicas ainda não interferem significativamente na obra em si: “O engenheiro está acostumado a trabalhar com o concreto e alvenaria. Existe ainda muita resistência, não apenas na adoção de práticas sustentáveis, mas, também, na utilização de novos materiais”.
Eficiência energética
Já no Rio de Janeiro, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), promoveu, entre 14 e 16 de abril, o EEB Lab-Rio (Laboratório de Eficiência Energética em Edificações), com o objetivo de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, visando o alcance da meta proposta pela ONU para 2020.
A edição brasileira do encontro ocorreu após edições internacionais nas cidades de São Francisco, Xangai, Varsóvia e Houston, em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e apoio da empresa Lafarge, de materiais para construção.
O aumento da eficiência energética nas edificações da cidade do Rio de Janeiro passa pela identificação de barreiras e definição de ações a implementar. Por isso, o Laboratório teve o importante papel de reunir investidores, designers, empresas de engenharia, usuários e administradoras para dialogar sobre esse desafio.
Como objetivo, o EEB Lab-Rio, propôs a elaboração de um plano de ação para alcançar transformações de mercado a partir do comprometimento de diversas instituições.
Modo de agir
Eventos como os dois exemplos citados são cada vez mais necessários, não apenas a título de atualização de conhecimento e discussão sobre o emprego de novos materiais entre os profissionais da área, mas também para repercutir como práticas sustentáveis podem ser adotadas com eficiência.
Edifícios inteligentes, arquitetura verde e certificações ambientais na construção civil são termos dos quais já ouvimos falar e que soam positivos para a maioria das pessoas. No entanto, deveriam ser apresentados de maneira mais ampla e acessível para todos.
A adoção de práticas sustentáveis na construção civil pode ser benéfica para o meio ambiente, as cidades e a população em geral. Mas, além do conhecimento de materiais e técnicas, implica mudanças de hábitos e, inclusive, de leis e impostos ora vigentes.
A sociedade merece saber mais sobre este assunto.
Telhado verde
Lei sancionada em 13 de abril na cidade de Recife determina que novos edifícios residenciais com mais de quatro pavimentos e área coberta superior a 400 m2 tenham lajes cobertas por vegetação de pequeno porte (de preferência de plantas nativas) – os telhados verdes – para reduzir os efeitos das altas temperaturas locais.
Bom para Recife e bom para todas as demais cidades do país que seguirem o exemplo.
* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.
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