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Atenção aos exercícios na infância

Lucila Cano

22/01/2016 06h00

Assim como algumas instituições de saúde fazem, ou deveriam fazer, o Hospital Samaritano de São Paulo (SP) envia o boletim “Conecta” a quem se cadastra no site: www.samaritano.org.br

O boletim é semanal, com foco na prevenção de doenças e de leitura acessível. Um dos assuntos da edição de 19 de janeiro é a prática de exercícios físicos para crianças.

Da ONG Criança Segura, recebi há alguns dias o manual “Prevenção de lesões no esporte”, que pode ser acessado no site: www.criancasegura.org.br. Trata-se de uma cartilha ilustrada e de interesse para pais e responsáveis por crianças, além de professores de Educação Física.

Crianças em movimento

Atividades físicas durante a infância combatem a obesidade dos pequenos, estimulam o desenvolvimento cerebral e social, a coordenação motora e cognitiva e criam o hábito dos exercícios para a vida adulta.

A partir dos seis meses de idade, a publicação do Hospital Samaritano recomenda a natação. Proporciona benefícios respiratórios e de coordenação motora e estreita os laços afetivos entre os bebês e os pais que se exercitam juntos.

Na faixa etária de 1 a 3 anos, correr e brincar de bola é atividade lúdica suficiente para gastar energia. O balé pode ser iniciado entre 2 e 3 anos de idade. Favorece a coordenação motora e a noção de espaço, ritmo e tempo. Mas, por favor, sem cobrança por resultados.

O judô é indicado para os pequenos entre 3 e 5 anos de idade. Estimula a coordenação motora, as noções de espaço e tempo, a disciplina e o respeito ao próximo.

Entre 5 e 8 anos de idade, esportes como o futebol produzem vários benefícios físicos e contribuem para o desenvolvimento social e o espírito de equipe entre as crianças.

Aos pais de crianças na faixa etária de 8 a 14 anos recomenda-se deixá-las escolher as atividades que querem praticar. Alguns lembretes são importantes: a regularidade dos exercícios; a adequação da atividade ao condicionamento físico de cada criança; não impor excessos, nem causar estresse; atentar para os equipamentos de segurança e outros cuidados, como protetor solar e ingestão de água.

Cuidados

A cartilha da ONG Criança Segura aborda os problemas que mais afetam as práticas esportivas das crianças: desidratação, lesão por esforço repetitivo, trauma na cabeça (concussão) e afogamento. Para cada um desses assuntos, o manual traz informações sobre o que é importante saber, como uma lesão pode acontecer, como preveni-la e o que fazer caso ela ocorra. Ao final, a publicação ainda apresenta uma lista com dicas para a prática segura de esportes pelas crianças.

Entre as dicas, a cartilha lembra que não se deve esperar a criança dizer que está com sede. A ingestão de água e pequenas pausas durante treinos são fundamentais.

Aquecimento antes da prática esportiva não serve só para os adultos. O aquecimento aumenta a circulação do sangue nos músculos. Eles ficam mais flexíveis e menos propensos a entorses.

Andar de bicicleta é um prazer, mas também um risco para quem não está protegido. Capacetes, joelheiras, cotoveleiras e luvas são equipamentos de proteção indispensáveis. O mesmo vale para quem anda de patins e de skate. Existem equipamentos e acessórios adequados para cada atividade e, em se tratando de prevenção, é melhor não abrir mão deles.

Aprender a flutuar (boiar) a partir dos 2 anos de idade e a nadar a partir dos 4 anos de idade, com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas é uma indicação importante. Uma curiosidade refere-se aos pais. Recomenda-se a quem não sabe nadar que procure aprender. Há uma boa razão para isso: afogamento é a segunda causa de mortes por acidentes entre as crianças de até 14 anos de idade.

Resumi aqui alguns pontos de ambas as publicações, cuja leitura pode ser muito útil. No mais, uma última observação: Estar por perto ou até praticar junto com a criança pode ser muito prazeroso e é um dos principais fatores de prevenção de acidentes.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.