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Blocos e campanhas nas ruas

Lucila Cano

17/02/2017 04h00

Desde os primeiros dias de fevereiro milhares de pessoas saem às ruas para se divertir. Fevereiro é o mês do Carnaval e os blocos, antes restritos a algumas capitais com fama de carnavalescas, agora se espalham por um sem número de cidades, reavivando o espírito original da festa.

Mas ainda há quem pegue estrada em busca da folia em lugares mais distantes. As regiões litorâneas são as mais procuradas, em decorrência das altas temperaturas deste mês.

Com essa grande movimentação de pessoas, seja no bairro próximo, seja em alguma outra localidade, é sempre bom festejar. De preferência, evitando riscos que estragam os prazeres e, muitas vezes, provocam danos irreversíveis.

Algumas campanhas com a assinatura de órgãos governamentais já estão nas ruas. É oportuno prestar atenção às mensagens preventivas para garantir a saúde e a integridade física e mental de todos, a começar pelas crianças e adolescentes.

Outros temas, mesmo não tendo campanhas oficiais específicas, não devem ser esquecidos. Acidentes de trânsito são campeões nos índices de morte no país, seguidos de perto pelos afogamentos que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), colocam o Brasil em terceiro lugar no ranking mundial.

Proteger, Respeitar e Garantir

Em 14 de fevereiro, o Ministério do Turismo lançou a campanha “Proteger, Respeitar e Garantir – Todos juntos pelos direitos das crianças e adolescentes”. O objetivo é combater os casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes por meio do Disque 100, canal reservado para receber denúncias desses crimes.

Mensagens de impacto já estão nos meios de comunicação, principalmente nos de imagem, como a TV e as redes sociais. Segundo divulgação do Ministério, o órgão também conversa com as companhias áreas para que os vídeos da campanha sejam veiculados nas TVs de bordo das aeronaves.

O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes não são crimes sazonais, mas as ocorrências registradas explodem significativamente no período carnavalesco. Em 2016, foram recebidos 77.290 relatos de violação dos direitos das crianças e adolescentes, um número 3% menor ao apurado no ano anterior. No entanto, 17,4% de todas as denúncias do ano ocorreram entre os dias 5 e 24 de fevereiro de 2016.

Por isso, o Disque 100 é de fundamental importância e deve ser acionado sem receio. O atendimento telefônico funciona 24 horas todos os dias da semana e o anonimato é garantido. Ainda sobre a campanha, este ano a população ainda dispõe do aplicativo Proteja Brasil para denúncias por celular.

Cuidados elementares

A Campanha Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente também alerta pais e responsáveis para o desaparecimento de meninos e meninas, situação muito provável em grandes aglomerados. E mais: chama a atenção para qualquer situação de violação de direitos, como o trabalho infantil, o uso de álcool e drogas e as crianças em situação de rua.

Afogamento é outro assunto grave em tempo de verão e Carnaval, tanto para adultos quanto para crianças. Segundo dados de 2015 divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, em média, 17 pessoas morrem no país todos os dias vítimas de afogamento. As principais vítimas, no caso de adultos, são pessoas do sexo masculino, com idades entre 20 e 40 anos, quase sempre por causa do uso de álcool e por não tomarem medidas preventivas.

Entre as crianças, de acordo com a ONG Criança Segura, os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por acidentes. As principais vítimas são crianças de 0 a 14 anos de idade e os locais em que há mais riscos de afogamento são os aparentemente mais seguros: piscinas públicas e particulares.

No geral, os acidentes acontecem em decorrência de fatores comportamentais, como displicência, impaciência, excesso de confiança. O desrespeito aos limites, tanto os pessoais quanto os da boa convivência com os outros, parece ser o primeiro da lista.

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.