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Membrana celular - A "pele" que envolve a célula

Mariana Aprile

(Atualizado em 08/11/2013 às 15h51)

As células possuem uma "pele" bem fininha que as envolve, protege de fatores externos e lhes dá individualidade. É a membrana plasmática. Também conhecida como plasmalema, ela possibilita haver uma composição química dentro da célula e outra, diferente, do lado de fora. Isso é fundamental para a realização de diversas funções no organismo.

A membrana também participa dos processos de reconhecimento e comunicação entre as células e permite a captação de sinais do chamado ambiente ou meio extracelular.

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Imersas em líquido

O corpo humano é constituído por cerca de 70% de água. As células ficam imersas em líquido - o meio extracelular. Este é formado por diversos íons - sódio e potássio, por exemplo - e por moléculas. Já o interior da célula - o meio intracelular - guarda as organelas, os órgãos celulares, também imersos em líquido.

Duas camadas de lipídios

A membrana celular é formada por duas camadas de lípídios, que são biomoléculas insolúveis na água. Existem três tipos de lipídios no corpo:

  • Lipídios de reserva: armazenam energia para que o organismo realize todas as suas funções.
  • Lipídios de membrana: formam as membranas celulares.
  • Esteroides: também fazem parte da composição de membranas das células animais. Alguns têm função de hormônio.

A "pele" celular

Os lipídios da membrana plasmática são os de membrana e os esteróides. Sem eles, a membrana plasmática não seria capaz de preservar tudo o que há dentro da célula. A composição lipídica da membrana plasmática muda conforme o tipo de célula e do organismo em questão. Nas membranas de mamíferos, a quantidade de lipídios das membranas plasmáticas varia conforme a idade e saúde do animal.

Nas plantas e nas bactérias essa composição muda conforme as condições ambientais, como luz e temperatura. Cuidado para não confundir a parede celular das células vegetais com a membrana plasmática: são duas estruturas diferentes.

Fileiras de lipídios

Nos animais, as membranas plasmáticas constituem-se de fosfolipídios - glicerofosfolipídios e esfingomielinas -, glicolipídios e colesterol. Imagine um alfinete, daqueles de bolinha, com duas pernas, e terá uma representação desse lipídio. A "bolinha" é a gordura e representa a porção polar hidrofílica - que absorve água. As "perninhas" são as cadeias carbônicas, chamadas de porção hidrofóbica - que repele a água.

Esses lipídios alinham-se em fileiras e formam duas camadas em que as cadeias carbônicas ficam umas de frente para as outras. No meio da bicamada lipídica há proteínas específicas inseridas parcial ou transversalmente. Entre as diversas tarefas que essas proteínas realizam inclui-se a bomba de sódio e potássio - relacionada ao equilíbrio iônico celular. Outras proteínas possuem poros pelos quais transitam a água e outros íons.

Permeabilidade seletiva da membrana plasmática

As proteínas inseridas na membrana não são fixas: podem deslizar ao longo do plano da membrana. Isso confere à membrana plasmática, outra característica importante, a de que a porção lipídica é fluida.

Como as proteínas distribuem-se em mosaico na membrana, surgiu o modelo de estudo chamado "mosaico fluido". Por causa dessas proteínas, a membrana plasmática possui permeabilidade seletiva. As proteínas determinam o que entra e o que sai da célula, em condições ideais.

Comunicação entre células

São muitos os tipos de proteínas de membrana e as funções que elas desempenham. As células dos organismos multicelulares, precisam se comunicar, organizar o crescimento dos tecidos e coordenar as suas funções. As células usam três formas de comunicação através das proteínas da membrana:

  • Secretam, através da membrana, moléculas que atuam sobre células distantes.
  • Utilizam proteínas sinalizadoras, para alertar a célula em determinadas situações, presas à membrana plasmática. Elas influenciam outras células por contato físico direto.
  • Estabelecem junções comunicantes, espécie de canais de comunicação entre células muito próximas, que possibilitam trocas de pequenas moléculas informacionais.

O ATP é o combustível das células

As substâncias entram e saem das células com ou sem gasto de energia - lembre-se que o "combustível" delas é o ATP (adenosina trifosfato). Quando não há gasto energético, os processos de transporte de substâncias são a difusão e a osmose: é o transporte passivo.

Já nos casos em que a entrada e saída de substâncias na célula exigem gasto de energia, proteínas especiais (presentes na membrana plasmática) inserem e retiram íons da célula: é o transporte ativo. Essas operações são possíveis porque a membrana tem essa característica de ser permeável.

A célula gasta energia quando "joga fora" produtos do metabolismo - é a exocitose -, e também ao capturar substâncias do meio extracelular - são a endocitose e a pinocitose -, os glóbulos brancos fazem isso com substâncias nocivas ao organismo.

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