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Tchetchênia - conheça a história dessa República da Federação Russa

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

A República da Tchetchênia integra a Federação Russa que se constituiu após o colapso da União Soviética em 1991. Localiza-se no Cáucaso e ocupa uma área de 12.300 quilômetros quadrados, de relevo variado.

A população é estimada em cerca de 1.200.000 habitantes (dados de 2008). A maioria é chechena ou inguche (da vizinha República da Inguchétia, que também integra a mesma Federação), de religião muçulmana. Há uma minoria russa.

Os tchetchenos resistiram às tentativas de ocupação do seu território pelos russos desde o século 19. Com o desenvolvimento da Revolução bolchevista russa de 1917, em 1920, toda a área transformou-se na região autônoma da Tchetchênia-Inguchétia, integrada à União Soviética.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Stálin acusou os tchetchenos de colaboração com os nazistas, deportou suas lideranças para campos de concentração e acabou com a autonomia das regiões. Só em 1957, quando Nikita Krushev reviu as posições estalinistas, foi estabelecida uma República Soviética Tchetcheno-Iguche.

Separatismo

Os sentimentos separatistas, entretanto, voltaram a emergir em 1991, com o colapso soviético. Em novembro daquele ano, com a eleição de Dzhoukhar Dudaiev à presidência da Tchetchênia, o país se declarou unilateralmente a sua independência, separando-se também da Inguchétia no ano seguinte.

Dudayev desenvolveu políticas nacionalistas e agressivamente antirrussas. Em 1994, as oposições, apoiadas por militares russos tentaram depô-lo, mas não obtiveram êxito. Por fim, em novembro daquele ano tropas russas invadiram a Tchetchênia. Enfrentando uma encarniçada resistência, só conseguiram ocupar a capital, Grózni, em março do ano seguinte.

A guerrilha continuou. Uma série de cessar-fogos foi estabelecida e violada. Em 1996, num bombardeio russo, Dudaiev foi morto. O novo líder militar da resistência chechena, Aslan Maskhadov, foi eleito presidente e assinou um tratado de paz com o presidente russo Boris Yeltsin, em maio de 1997. O status da Tchetchênia, contudo, ficou indefinido.

Era Putin

Nos conflitos entre 1991 e 1997 morreram cerca de 100 mil pessoas e 400 mil tiveram de abandonar seus lares. As tropas russas voltaram a ocupar o país em 1999, quando o então novo líder russo Vladimir Putin acusou separatistas tchetchenos por atentados terroristas ocorridos na Rússia – acusações cuja realidade nunca foi comprovada.

Em 2002, um grupo terrorista tchetcheno invadiu um teatro em Moscou fazendo 700 reféns, em cuja operação de resgate morreram 130 por inalação de um gás que, segundo as autoridades russas, fora usado para incapacitar os sequestradores. Depois disso, a Rússia ampliou suas atividades militares na Tchetchênia.

Em 2003, uma nova constituição foi votada no país, garantindo-lhe maior autonomia, mas mantendo-o na Federação Russa. No ano seguinte, o presidente Ramzan Kadirov, pró-russo, foi assassinado num atentado atribuído aos separatistas. Seu filho, Akhmad Kadirov, foi eleito para o cargo em 2007, seguindo a orientação do pai.

Em abril deste ano, o premiê russo Dimitri Medvedev anunciou o fim das operações contra os rebeldes na Tchetchênia, mas há indícios de que a violência não chegou ao fim.

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