Baixo custo e clima tropical levam estudantes de inglês à África do Sul

  • Divulgação

    Table Mountain (ou montanha Mesa) é o cartão postal da Cidade do Cabo, na África do Sul

Em busca de intercâmbio para fazer cursos de inglês, a África do Sul é o país com uma das melhores relações custo-benefício. “As passagens são mais baratas e a moeda sul-africana é desvalorizada em relação ao real, então o custo de vida é bem barato”, sintetiza Marcelo Mattos, da New Experience.

Um curso de inglês no país com duração de quatro semanas, hospedagem em quarto individual em casa de família, com jantar e café da manhã, sai por cerca de US$ 1.600*. Com as mesmas condições, o estudante teria de investir, em média, US$ 1.900* no Canadá, US$ 2.100* nos Estados Unidos e US$ 2.200* na Inglaterra, compara Fred Tiba, da Belta (associação de agências brasileiras de intercâmbio no exterior).

Esse custo torna-se mais competitivo porque a moeda brasileira é valorizada em relação à moeda sul-africana, o randes: na cotação de fevereiro de 2012, um real equivalia a 4,4 randes.

Segundo a EduSA (associação de escolas de inglês da África do Sul), 20% das pessoas que chegam ao país com objetivos de estudos são oriundas do Brasil e ficam, em média, de 4 a 8 meses.

Apesar de agências de intercâmbio dizerem que não é necessário o visto para períodos menores que três meses, o consulado informa que todos os estudantes precisam de visto, mesmo para cursos de idioma de um mês.

Graduação e pós-graduação

Ainda são poucos os brasileiros que buscam a África do Sul para fazer um curso superior, segundo Ana Beatriz Faulhaber, diretora de projetos da Belta. Segundo ela, os cursos de graduação têm duração de três a quatro anos, dependendo do curso.

Os estrangeiros, em sua maioria, pagam pelo curso, mesmo nas escolas públicas. “Mas a graduação custa entre 10% a 20% menos do que em outros lugares, como Estados Unidos e Austrália, por exemplo”.

O país conta com 21 instituições públicas de ensino superior, com diversas opções de estudo e de pesquisa para os estudantes locais e internacionais. Embora subsidiadas pelo Estado, elas são autônomas e se reportam aos seus próprios conselhos, não ao governo.

As universidades públicas são divididas em três categorias: tradicionais, que oferecem graduações orientadas para a teoria; tecnológicas, que oferecem cursos orientados para a prática e para a técnica; e abrangentes, que oferecem os dois tipos de qualificação.

São oferecidos cursos bem avaliados em diversas áreas como medicina, ciências sociais e turismo. O destaque fica para a Universidade da Cidade do Cabo, considerada a melhor do país e presente no ranking das 300 melhores do mundo.

Assim como em outros países, é importante verificar os convênios com universidades brasileiras para que o diploma seja reconhecido quando voltar ao Brasil. Para entrar, também é preciso fazer exames de proficiência em inglês, como Toefl e Ielts.

  • Arquivo pessoal

    "Passamos pela Bloukrans Bridge, o maior bungee jump do mundo (imperdível!) e Hermanus, cidade auto-proclamada como a capital mundial das baleias, que pudemos ver aos montes" Juliana Martins

O setor de ensino superior foi recentemente reestruturado, já que o sistema anterior e seus programas ainda refletiam as prioridades do sistema de apartheid. Para saber mais, clique aqui (em inglês).

No nível de pós-graduação, muitos estudantes brasileiros optam pelo país por causa das pesquisas em áreas relacionadas a epidemiologia de doenças tropicais e reestruturação urbana.

Paradisíaco

Os cursos de idioma estão concentrados na litorânea Cidade do Cabo (Cape Town), a capital legislativa da África do Sul.

Além de estar em uma das regiões mais bonitas do país, com montanhas e praias lindíssimas, a cidade tem clima agradável e flora exuberante. É nessa região em que são produzidos os melhores vinhos sul-africanos.

O clima tropical, semelhante ao nosso, os safáris, os esportes radicais e a diversidade cultural despertam o interesse de quem visita o país. Em safáris e zoológicos, há possibilidade de conhecer animais raros e diferentes aldeias.

Ainda há marcas do apartheid no cotidiano da África do Sul, o país possui uma diversidade cultural que não se integra. Isso quer dizer que brancos, negros e mulçumanos dificilmente se misturam em rodas de amigos. 

No entanto, isso não invalida a oportunidade de ter contato com onze línguas oficiais (inglês, africâner, zulu, xhosa, isindebele, northern sotho, southern sotho, isiswati, tsonga, tswan e venda). O inglês, falado em todas as províncias, é a língua usada para negócios.

Nas principais cidades e vilas, encontram-se mercados de rua com arte africana de diferentes estilos, além de centros comerciais que funcionam como zona de lazer, a exemplo do Victoria e do Alfred Waterfront, nas docas da Cidade do Cabo.

O visitante deve, entretanto, tomar cuidado nas ruas, locais e transportes públicos, principalmente nas grandes cidades, como Port Elizabeth, Johanesburgo e Cidade do Cabo. São metrópoles com grande desigualdade social e índices de violência que equivalem aos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

África do Sul
Veja Álbum de fotos

Em Pretória, capital administrativa do país, há prédios modernos e construções elegantes de influência europeia. Na reserva de Kruger National Park -a mais famosa-, há centenas de espécies de pássaros e animais selvagens, como búfalo, elefante, leão, leopardo e rinoceronte. No país, podem-se ver também as impalas, zebras, girafas, hipopótamos e plantas que não são encontradas em outras regiões.

  • Rodrigo Thiago Dias/Arquivo pessoal

    "A experiência foi incrível, muito mais do que esperava. É legal que a pessoa vá quando tiver um inglês regular, que permita se comunicar minimamente, senão o aproveitamento será menor. E que nunca deixe de descobrir a cidade e de conversar com nativos."
    Rodrigo Thiago Dias

Durban, principal cidade da Província de Kwazulu-Natal, é um importante porto do Oceano Índico. A cidade é jovial e descontraída, com várias opções de restaurantes e bares de frente para o mar.

Trabalho

O visto de estudante só permite trabalhar quando o intercambista estiver em uma instituição de ensino superior, ou seja, estudantes de nível médio e de cursos de idioma não estão autorizados. O limite é de 20 horas semanais.

Há porém diversos vistos de trabalho. Algumas agências oferecem programas que permitem ao candidato encontrar sua própria vaga para trabalhar por até um ano em qualquer região do país.

No entanto, é bom lembrar que a África do Sul tem um alto nível de desemprego: em 2011, a taxa era de 23,2%.

Por isso, se o que vale é a experiência, há a opção de buscar os programas de trabalho voluntário, intermediados por agências de intercâmbio brasileiras. Há projetos nas áreas de educação ambiental, meio ambiente, ensino em escola primária, serviço social e turismo.

O voluntário pode trabalhar a partir de duas semanas em um dos projetos e paga um valor de manutenção da instituição de US$ 1.050*, aproximadamente. Com este valor, tem-se direito a acomodação, meia pensão (café e jantar) e orientação de chegada ao país. É preciso contabilizar ainda o custo com passagens aéreas –o preço de ida e volta é de cerca de US$ 2.000*.

Os programas de trabalho voluntário estão disponíveis em outros países, como Argentina, Chile, Guatemala, Gana, Índia, Irlanda, Marrocos, Nepal, Nigéria e Turquia.

* Clique para converter o valor em real

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