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Com medo de rivalidade, alunos que estudam em fábrica de sabão em Goiânia recusam mudança

Rafhael Borges<br>Especial para o UOL Educação

Em Goiânia

10/08/2011 18h55

Os alunos da escola estadual Nazir Safatle, na região noroeste de Goiânia, que estudam desde o começo do ano em uma antiga fábrica de sabão, conforme mostrou reportagem do UOL Educação em abril, recusaram a proposta do governo estadual de transferência para outra unidade. Segundo eles, há problemas de rivalidade entre grupos na nova escola. Os estudantes foram para a fábrica após a demolição do prédio onde estudavam.

A Secretaria da Educação quer transferir os 635 alunos para um outro colégio, o Jayme Câmara, no Bairro Floresta. 

Professores e alunos não concordam com a mudança e dizem que ficarão na fábrica até o fim da semana. Na escola, funcionários que pediram para não ser identificados dizem que vão obedecer a ordem e mudar para o novo local, onde vão ser acomodados em oito salas de aula.

As obras de construção do novo prédio da Nazir Safatle estão paradas e não evoluíram desde abril. Uma placa do governo de Goiás informa que uma nova unidade seria construída no local, no “padrão Século XXI" - com salas de informática, auditório, biblioteca, quadra poliesportiva coberta, laboratório de ciência e sala para a direção. Em abril, a reportagem do UOL constatou que apenas o alicerce havia sido feito. E nada mudou, quatro meses depois. Segundo a secretária, não há prazo para conclusão do edifício, que foi demolido em agosto de 2010. 

Mais problemas

O aluno Patrick de Oliveira, 14 anos, afirma que os problemas estruturais não são os únicos. “Faltam professores, muitas matérias a gente ainda nem viu. Sem contar que para chegar na outra escola eu vou ter de andar mais de quatro quilômetros da minha casa”. O estudante ainda disse que tem medo de ir para a nova escola.

O conselho tutelar da região, que fica em frente à construção, protocolou uma representação no Ministério Público Estadual pedindo providências, ainda sem resposta.