Topo

Para montar um projeto de robótica, dedicação é mais importante que equipamento

Karina Yamamoto

Do UOL, em São Paulo

05/03/2012 06h00

A robótica encanta os alunos -- e professores --, mas exige equipamento sofisticado, certo? Mais ou menos, segundo Renato Ramos, coordenador da Zoom, empresa que representa a Lego Educacional no Brasil e um dos voluntários da FLL, First Lego League. A etapa nacional do torneio aconteceu nos dias 3 e 4 de março em São Paulo.

Ele dá um recado, principalmente aos professores de escolas públicas: "se quer fazer, você está dentro".

Um kit da Lego, necessário para participar do torneio, inclui peças para montar os robôs, um programa de computador, motor. Numa pesquisa de preços rápida na internet, os valores do conjunto varia de R$ 800 a R$ 2.000.

No caso das equipes de três escolas públicas, com que a reportagem do UOL conversou, a introdução da robótica foi uma iniciativa da prefeitura das cidades de origem. E houve apoio do governo desde a compra dos kits até as passagens para a viagem a São Paulo.

Mais que tecnologia 

Segundo Renato Ramos, a robótica encanta os alunos porque eles "colocam a mão na massa" e isso dá "significado ao conhecimento". Ele explica que as tarefas não são "nem tão complexas, nem tão simples" e que elas se baseiam no "estado de fluxo".

Como "mais uma ferramenta de aprendizagem", a robótica ajuda a desenvolver ainda o trabalho em equipe, a flexibilidade e o raciocínio lógico na lista de vantagens desse recurso. Aos alunos sempre é apresentado um problema que é preciso resolver, num trabalho de grupo.

De fato, nas várias conversas com os times era possível constatar que os integrantes não atropelavam os colegas e havia um clima de cumplicidade entre eles.

Formada por nove estudantes pernambucanos, a equipe Technobots explicou sobre seu projeto, uma fita que detecta altas concentrações de bactérias em refrigeradores, com calma e profissionalismo. 

Cada um explicava sem interromper o outro. Quando perguntei se mangavam muito de Manuela, a única menina do grupo e também a mais nova integrante, ela abriu um sorriso e disse: "é, sempre tem uma implicância". Mas se percebia no tom de voz que ela estava apenas fazendo uma provocação com um dos colegas.