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UFF, UFRJ e UnB participam de paralisação dos servidores públicos federais convocada para amanhã

Felipe Martins

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/04/2012 18h43Atualizada em 24/04/2012 18h51

Pelo menos três universidades federais anunciaram que participarão da paralisação convocada para amanhã (25) pelo Fórum Nacional de Entidades Sindicais de Servidores Públicos Federais. As atividades devem ser afetadas na UFF (Universidade Federal Fluminense), na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e na UnB (Universidade de Brasília).

O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) e a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) orientaram as entidades filiadas a aderirem à paralisação.

Professores da UFF aderem à paralisação

Os docentes da UFF anunciaram que vão paralisar as atividades nesta quarta-feira em adesão ao protesto nacional dos servidores federais. Os profissionais de educação reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho. O protesto pode afetar cerca de 50 mil alunos da instituição, que tem aproximadamente três mil professores.

Segundo a presidente da Aduff  (Associação de Docentes da UFF), Eblin Farage, a paralisação ao lado dos demais servidores públicos é a forma de chamar atenção do governo para os problemas da universidade. "É uma forma de fortalecer nossa principal reivindicação que é a campanha salarial unificada. Não existe outro jeito de pressionar o governo. E o problema não para apenas na remuneração, mas se encontra também nas péssimas condições de trabalho”, afirmou.

A presidente da Aduff disse que os professores da UFF estão ministrando aulas em locais improvisados, o que seria culpa da “expansão desenfreada” do ensino público superior. “Os professores estão dando aulas em contêiner e em porão. Estão vivendo uma série de limitações para o exercício da docência”, declarou.

O diretor do pólo universitário da UFF na cidade de Rio das Ostras, Carlos Bazilio Martins, confirmou que as aulas são ministradas provisoriamente em contêineres, mas negou as condições precárias. Segundo ele, as instalações têm "piso amadeirado, isolamento acústico e ar condicionado". Já a direção do pólo de Nova Friburgo, cidade da região serrana onde segundo a denúncia da Aduff são ministradas aulas em porões, não foi encontrada para comentar a situação.

De acordo com a Aduff, uma greve geral pode ser anunciada em 17 de maio caso a proposta dos docentes não seja ouvida pelo Governo Federal.

Técnicos-administrativos da UFRJ também vão parar

Em assembleia realizada no prédio reitoria da UFRJ, na Cidade Universitária, os profissionais técnico-administrativos da instituição decidiram paralisar as atividades nesta quarta-feira para reivindicar reposição inflacionária dos últimos oito anos. Segundo os representantes dos funcionários, serviços como atendimento de alunos nas secretarias, coordenações e bibliotecas devem ser afetados.

A paralisação de 24 horas é organizada pelo SINTUFRJ (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro).  De acordo com a coordenadora do sindicato, Gerli Miceli, a principal reivindicação dos servidores é por uma política de reajuste salarial real.

“A gente não tem data-base. Estamos sem reajuste salarial real há oito anos e ainda vivemos uma situação de judicionalização da nossa greve. A legislação brasileira estabelece a contratação coletiva no serviço público e o governo não cumpre”, disse. 

O SINTUFRJ afirmou que o funcionamento do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho não será afetado pela paralisação.Os professores da UFRJ decidiram ministrar normalmente as aulas, organizando apenas manifestações nos campus.

Professores e funcionários da UnB devem cruzar os braços

Na UnB, os professores e funcionários anunciaram uma paralisação de 48h a partir desta terça-feira (24). Segundo nota publicada no site da  ADUnB (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília), o objetivo é discutir a reestruturação da carreira docente e a valorização. salarial.

Os professores reivindicam um aumento de 4% no salário e a reestruturação da carreira docente. De acordo com a ADUnB, caso o Governo não cumpra as exigências, haverá uma nova paralisação nos dias 9 e 10 de maio.