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Em greve há 47 dias, 97 professores do DF ocupam a Secretaria de Administração Pública

Camila Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

26/04/2012 15h43

Na manhã desta quinta-feira (26), por volta das 10h, 97 professores de educação básica da rede pública do DF (Distrito Federal) ocuparam o sexto andar do prédio da Secretaria de Administração Pública, sede do governo do DF.

O objetivo é pressionar o governo a voltar a negociar com a categoria, em greve há 47 dias, apesar da determinação judicial que considerou a paralisação abusiva e determinou que 80% dos professores voltassem a trabalhar.

Segundo Rosilene Correa, membro da comissão de negociação do Sinpro (Sindicato dos Professores do Distrito Federal), o sindicato e o governo tinham reunião marcada para ontem (25), mas foi desmarcada sem aviso prévio e sem que fosse marcada uma nova data.

Com a ocupação, porém, o Governo do Distrito Federal anunciou, por meio de nota, que suspendeu a negociação. Os docentes disseram que só saem do prédio quando o GDF fizer uma proposta.

Correa afirmou que, amanhã (27), os professores terão nova assembleia para decidir sobre a continuidade da greve.

Reivindicações

Os professores em greve pedem o cumprimento de um acordo firmado em 2011 com o governador Agnelo Queiroz (PT), no qual se exige a equiparação da média salarial à de outras carreiras de nível superior, a contratação de profissionais aprovados no último concurso da Secretaria de Educação e a implantação de plano de saúde.

A última proposta apresentada pelo governo foi a incorporação de auxílio saúde de R$110, recusada pela categoria. Os professores também reivindicam que a gratificação de exclusividade, que varia de R$ 800 a R$ 1.500, seja incorporada aos seus salários.

“Mas não houve avanço. Eles usam a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) como justificativa”, disse Rosilene Correa, membro da comissão de negociação do Sinpro (Sindicato dos Professores do Distrito Federal).

Impasse

A nota do Governo afirma ainda que “a ocupação é lamentável por sabotar o processo de diálogo no qual o GDF vem insistindo desde o inicio do movimento e por configurar um exemplo negativo por parte de representantes dos educadores”.

Em contrapartida, Correa conta que o Sinpro está negociando com o GDF desde março de 2011 e, após a greve em março deste ano, o governo só apresentou uma proposta 30 dias depois do início da paralisação.

O GDF foi procurado pela reportagem do UOL para comentar as declarações, mas, segundo a assessoria de comunicação, seus dirigentes estavam em reunião a portas fechadas.