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Escolas usam simulado para diagnosticar quais matérias aluno precisa estudar para o Enem

Cláudia Emi Izumi

Do UOL, em São Paulo

19/11/2012 06h00Atualizada em 22/11/2012 10h47

Simulados que testam alunos do ensino médio para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) existem aos montes na internet. Alguns, inclusive, trazem questões comentadas para facilitar o planejamento de estudo, tendo em vista o exame nacional. O da startup Geekie foi além.

A plataforma de ensino-aprendizagem desenvolvida pela empresa brasileira fornece um relatório personalizado sobre o rendimento na prova. Com isso, o aluno fica sabendo em que seus conhecimentos estão deficitários e quais matérias precisam ser revistas, por exemplo.

Até o momento, 10 mil estudantes de escolas particulares já se testaram com o simulado. E, como a Geekie oferece um simulado gratuito para cada unidade vendida, outros 10 mil estudantes de escolas públicas também foram beneficiados.

“É um diagnóstico importante para o professor, que pode reforçar conceitos e orientar seus alunos. Serve de ferramenta de gestão para o professor”, explica o diretor de planejamento e estratégia do Colégio Bandeirantes, Eduardo Tambor.

A nota do simulado da Geekie é determinada pela metodologia TRI (Teoria de Resposta ao Item), a mesma usada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que dá pesos diferentes às questões de acordo com o nível de dificuldade delas.

“Hoje o aluno não tem praticamente nenhum diagnóstico sobre seu desenvolvimento na prova”, diz Cláudio Sassaki, cofundador da startup, que reúne 35 colaboradores. “Nosso programa leva em consideração a dificuldade da pergunta e até se ocorreu um chute em uma questão.”

O sistema possui outra novidade, que é mostrar a posição do aluno em relação aos “concorrentes” que fizeram as mesmas provas e quais universidades seriam acessíveis de acordo com pontuação no simulado, com questões de múltipla escolha.

“Os gráficos indicam em que o aluno foi mal e em que foi bem e quanto precisa avançar na pontuação para entrar em cursos de universidades reconhecidas no país”, diz Franklin Gutierres, diretor de serviços da Escola Técnica Capela do Socorro (zona sul de São Paulo), que utiliza o simulado.

Online

O simulado da Geekie tem duas versões. Uma em papel, adotada por instituições de ensino da rede pública e particular, e outra online, usada durante uma campanha nacional feita pela empresa em parceria com o jornal "O Estado de S. Paulo". Nessa empreitada, outros 70 mil alunos puderam testar seus conhecimentos.

A ferramenta online foi usada por 40 mil estudantes no Ceará, como parte de uma estratégia da Seduc (Secretaria de Estado de Educação) que pretende usar a tecnologia novamente para melhorar as deficiências do Estado.

“A taxa de abandono, no primeiro ano do ensino médio, em 2011, foi de 14,2%, problema que está atrelado ao baixo nível de competências elementares como a leitura, a escrita e o raciocínio lógico”, comenta o coordenador de aperfeiçoamento pedagógico da Seduc, Rogers Mendes. “Ainda assim, o Ceará possui o melhor número do Nordeste em termos de alunos matriculados no ensino médio, mas o percentual ainda é de 49%”

Mendes adianta que o governo estadual pretende repetir o simulado Geekie em 2013 com os estudantes do ensino médio. Por sua vez, a Geekie já trabalha no desenvolvimento de outras ferramentas para o ano que vem, como disponibilizar conteúdo de estudo personalizado para cada aluno, segundo a nota obtida no simulado Geekie.