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Exame de validação de diploma estrangeiro aprova só 10% dos médicos

Candidatos reclamam da duração das provas e testes, considerados exaustivos - Shutterstock
Candidatos reclamam da duração das provas e testes, considerados exaustivos Imagem: Shutterstock

Cláudia Emi Izumi

Do UOL, em São Paulo

13/03/2013 06h00

O Revalida, exame que reconhece o diploma de medicina obtido em universidade no exterior, tem um índice de aprovação de aproximadamente 10%.

Em 2012, Bolívia, Cuba e Argentina representavam os três países mais escolhidos pelos brasileiros para tirar seus diplomas, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). 

Validação

  • 9,8%

    dos candidatos

    foram aprovados nas duas fases do exame Revalida em 2012

  • 782

    médicos

    compareceram à 1ª fase

  • 77

    candidatos

    foram aprovados

Fonte: Inep

    As críticas feitas ao Revalida são principalmente quanto à duração e ao formato das provas, consideradas exaustivas pelos candidatos ouvidos pelo UOL.

    “A parte teórica da 1° fase do exame dura oito horas. São provas objetivas de manhã e mais a dissertativa à tarde. Uma prova extensa como essa te vence pelo cansaço mental e físico”, opina o brasileiro M.S, formado pela Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), em Havana (Cuba), em 2012, e aprovado no mesmo ano no Revalida. “Os enunciados são enormes e fazem perder muito tempo. Deveriam ser mais objetivos.”

    “As questões são simples, mas muito mal formuladas”, diz a entrevistada com dupla cidadania boliviana e brasileira que não quer se identificar. Ela estudou medicina na Universidade Gama Filho, no Rio, transferiu a matrícula para a Universidad Católica Boliviana, completou seus estudos com um intercâmbio na França e tem seu diploma homologado pela Espanha.

    No Brasil desde 2010, não revalidou seu diploma. Foi reprovada em duas universidades federais e tenta a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) neste ano.

    Para a portuguesa naturalizada brasileira Sara Amaral, 27, que passou no Revalida logo depois de ter se formado em Lisboa, em 2012, o exame “tem algumas falhas, mas é um processo mais justo do que os demais, com mais transparência.”

    Em 2011

    • 12,1%

      dos candidatos

      foram aprovados nas duas fases do exame Revalida

    • 536

      graduados

      compareceram à 1ª fase

    • 65

      médicos

      foram aprovados

    Fonte: Inep

      “Nas universidades federais, é uma dor de cabeça juntar toda a documentação necessária e uma odisseia que sai extremamente mais cara no final”, diz. “A prova do Revalida é acessível desde que a pessoa tenha se preparado e estudado intensivamente.”

      Ela concorda que o formato das provas atrapalha. “A prova prática é realizada durante dois dias, por ordem alfabética de candidatos. No meu caso, tive de esperar cerca de cinco horas até chegar a minha vez. Há melhorias ainda por fazer.”