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Problema do Enem é gigantismo, diz especialista em vestibular da Unesp

Do UOL*, em São Paulo

22/03/2013 08h48

"Grande problema do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é o gigantismo", afirma o especialista em avaliação e professor aposentado Rogério Chociay, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) na edição desta sexta-feira (22) do Podcast da Unesp.

"Esse gigantismo cria sério empecilho na questão do treinamento das bancas - da escolha e do treinamento. Em tese, os profissionais que corrigem redações têm de ser altamente competentes em ensino e em correções", disse o docente.

Para ele, se estão passando erros graves de ortografia e gramática, e os corretores são "desse tipo" (altamente competentes), o que deve ser aperfeiçoado é o treinamento.

Foram acionados cerca de 5.300 corretores para o Enem 2012 -- que receberam R$ 2,35 por redação corrigida. Segundo o Inep, cerca de 300 profissionais foram afastados por má qualidade. 

Ruim para qualquer vestibular

Segundo o especialista, o texto em que o aluno insere a receita de miojo "na maior parte dos vestibulares do Brasil tiraria zero". O Inep, por meio de seu presidente (Luiz Cláudio Costa), defende que a redação tinha apenas uma "inserção indevida" mas atendia a outros critérios exigidos pelo exame. Na quinta, o presidente anunciou ainda a pretensão de anular provas com esse tipo de gracinha.

Para explicar a anulação do texto, o especialista da Unesp evoca a definição de que o texto deve ser considerado uma peça em sua totalidade. "Numa redação como esse, ele [o inscrito] destruiu seu texto." 

"Uma redação como esta [corrigida da maneira, com nota 500 numa escala que vai até 1.000]  coloca em xeque os próprios critérios adotados", afirma Rogério Chociay.

Segundo Luiz Cláudio Costa, o edital do Enem 2012 não previa anulação por conta desse tipo de desvio no texto.

* Com informação do Podcast da Unesp