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Governo federal vai criar bolsa para alunos do ensino médio

Da Agência Câmara

11/04/2013 13h05

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou na última quarta-feira (10), em audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que a pasta deverá criar uma bolsa de estudos para alunos do ensino médio público. A ideia é beneficiar os estudantes que querem se aprofundar no estudo de ciências e os que pretendem se tornar professores da rede pública.

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De acordo com o ministro, os alunos interessados em matemática, física, química e biologia terão atividades complementares, além de receber a bolsa de estudos. Esses estudantes deverão participar de palestras e realizar experimentos em laboratórios das escolas e de universidades. Os potenciais professores também deverão ter atendimento específico fora do ensino regular, além de receber o benefício financeiro.

“Estamos trabalhando junto com os secretários estaduais de educação para formatar um programa realmente efetivo”, disse Mercadante.

Ensino médio

A melhoria do ensino médio é uma das prioridades da pasta este ano, segundo o ministro. Para Mercadante, é preciso aumentar o acesso a essa etapa entre as pessoas mais pobres, além de melhorar a qualidade do ensino. Segundo ele, atualmente, existem cerca de 970 mil jovens de 15 a 17 anos fora do antigo 2º grau.

“Uma parte perdemos para as drogas, outra para a violência, outra para o ingresso precipitado no mercado de trabalho. Temos de identificar esses jovens e trazê-los de volta para os bancos escolares”, declarou.

Para melhorar a qualidade, o ministro destacou que o governo tem integrado os currículos, estudado a oferta de bolsas de estudos para alunos interessados em ciências e em docência, além de ampliado o número de vagas do ensino profissionalizante.

O ensino médio teve os piores índices relativos no último exame nacional de qualidade  - Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Entre 2009 e 2011 a nota da etapa em escolas públicas congelou em 3,4, em uma escala que varia de zero a dez.

Na Câmara, uma comissão especial debate as alterações legais necessárias para o setor. O grupo, que conta com 23 deputados, vem realizando uma série de debates sobre o tema. O objetivo é apresentar uma proposta de alteração da lei até o final deste ano.

O deputado Artur Bruno (PT-CE), que é primeiro vice-presidente da Comissão de Educação e suplente da comissão especial, elogiou as ações do governo, mas pediu mais empenho na melhoria das condições de trabalho dos professores: “Se não houver mais ousadia em relação à melhoria da formação e dos salários desses profissionais, nenhuma das mudanças necessárias serão alcançadas”.