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Saiba quais precauções tomar antes de fechar pacote de intercâmbio

Cláudia Emi Izumi

Do UOL, em São Paulo

17/04/2013 06h00

Cautela é a recomendação da Fundação Procon-SP (órgão de proteção ao consumidor) para quem vai fechar um intercâmbio de idiomas no exterior. “São contratos de valores expressivos que não são fáceis de entender”, alerta a assessora técnica do órgão, Fátima Lemos.

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Karina Suemi Sakamoto, 25, que fechou um contrato de estudo e trabalho em Toronto, no Canadá, conta que nem ler direito os termos do serviço ela pode. “Quando assinei o contrato, escrito em inglês, estava sozinha na agência de intercâmbio. Não pude levar o documento para casa, entendê-lo melhor e ter uma segunda opinião”, diz.

A jovem pagou aproximadamente R$ 12 mil pelo pacote de intercâmbio WEP (Work Experience Program), na filial de Santo André (Grande São Paulo) da agência de intercâmbio Experimento. A estadia previa três meses de estudo e outros três de trabalho em Toronto, no Canadá, mas, ao achegar lá, descobriu que teria de pagar uma taxa extra para que a escola do curso de inglês lhe arranjasse entrevistas de emprego.

No site Reclame Aqui, há postagens de estudantes com queixas contra empresas. Um levantamento mostra que, por ordem de prioridade, elas fazem menção a desrespeito ao consumidor, prejuízos materiais ou morais, propaganda enganosa e cobrança indevida.

Na prática, isso significa opções de moradia que não condizem com as informações passadas pela agência, seguros de saúde que falham no quesito atendimento no exterior, reembolso de dinheiro, falta de água quente para tomar banho ou problemas com famílias que recebem os intercambistas, entre outras críticas postadas. Esses problemas surgem quando a pessoa já está fora do Brasil, o que torna a sensação de vulnerabilidade ainda maior.

O que fazer

O Procon orienta a todos buscar o máximo de referências que puder sobre a agência de intercâmbio escolhida. Vale consulta a conhecidos, em redes sociais, em sites de relações de consumo. É importante checar se a agência é especializada nesse tipo de serviço, se possui registro ou se tem endereço fixo. “Hoje a internet é um grande aliado dos consumidores”, diz a assessora do órgão.

Ela explica que o cliente precisa esclarecer todos os itens do contrato que não ficaram claros antes de assiná-lo. Ele também tem o direito de pedir um resumo com os principais itens que considerar importante no contrato.

Vale ainda sair do Brasil com nomes das pessoas que ficarão responsáveis pela solução de problemas relacionados à escola ou à moradia no exterior, e que poderão ser acionados em casos de emergência.

O Procon alerta para a importância de se fazer um registro dos problemas encontrados durante a viagem, como guardar os e-mails trocados com a agência e fotografar o que puder. “É importante documentar. A relação é de consumo, e um pacote de intercâmbio é uma contração de serviço. Se se sentir lesado, o consumidor pode acionar o Procon ou a Justiça”, explica Lemos. 

Cinco dicas

  • Procure referências sobre a agência de intercâmbio escolhida. Vale consulta a conhecidos, em redes sociais e em sites de relações de consumo

  • Busque saber se a agência de intercâmbio tem registro, endereço fixo e se é especializada no serviço desejado

  • Esclareça todos os itens do contrato. O cliente tem o direito de pedir um resumo com os principais itens que considerar importante no contrato

  • Antes de sair do Brasil, peça à agência de intercâmbio o nome e o contato das pessoas que ficarão responsáveis pela solução de problemas relacionados à escola ou à moradia no exterior

  • Registre os problemas encontrados durante a viagem: guarde os e-mails trocados com a agência e fotografe o que puder