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Educadora diz que excesso de trabalho causa erro na correção do Enem

Da Agência Câmara de Notícias

09/05/2013 12h52

As novas regras que aumentam o rigor na correção da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), anunciadas ontem (8) pelo Ministério da Educação, não resolvem os problemas principais do exame. Essa é a opinião de Gisele Gama, presidente da empresa Abaquar - Consultores e Editores, que já coordenou a equipe de correção da prova.

Polêmicas na redação do Enem

  • Reprodução

    Candidato escreve receita de miojo na redação do Enem e tira nota 560

  • Reprodução/Servidores do Inep

    Após miojo, Inep quer anulação de redações com gracinhas no Enem

Gisele, que participa nesta manhã de audiência pública da Comissão de Educação, afirma que erros humanos na correção vão continuar ocorrendo por causa do excesso de redações para sem corrigidas em pouco tempo: cerca de 10 milhões de textos avaliados em um mês.

Segundo ela, os professores que corrigem as redações continuam atuando em sala de aula e fazem as correções no tempo livre.

Na edição passada, mais de 300 corretores foram afastados durante o processo de avaliação das provas por não corresponderem aos critérios de qualidade estabelecidos pela organização do exame. O MEC pagou R$ 2,35 por cada redação corrigida.

Os deputados também ouviram o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse. Para ele, apesar da amplitude do Enem, o exame não democratiza o acesso ao ensino superior, porque os alunos de escola pública não conseguem desenvolver as competências pedidas pela prova da mesma forma que os alunos de escolas particulares.

Mais rigor

A correção das redações no Enem 2013 deve ser mais rigorosa, segundo as regras publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira (9). Redações que contarem com trechos desconectados com o resto do texto (como as que apresentaram receita de macarrão e trecho do hino do Palmeiras) vão receber nota zero. Até o momento, provas com esse perfil perdiam de 400 a 500 pontos.

A prova deste ano também vai ter correções mais rigorosas em relação a ortografia.

Outro fator que mudou foi em relação a discrepância para as redações terem uma terceira avaliação. Até o Enem 2012, era preciso ter diferença de 200 pontos entre as notas dos avaliadores. Neste ano, a diferença para uma prova ter terceira avaliação será de apenas 100 pontos.

Em 2012, 21% das redações foram avaliadas por três pessoas. A expectativa é de que um terço das provas sejam corrigidas.