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Fui mal no Enem, e agora? Confira dicas de professores de cursinho

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

31/10/2013 06h00Atualizada em 31/10/2013 17h57

Depois das provas do fim de semana e da publicação do gabarito oficial na terça-feira (29), muitos candidatos devem estar sofrendo de "ansiedade pós-Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)". Apesar da preocupação dos alunos, professores de cursinho consultados pelo UOL garantem que não é hora de desespero.

Isso porque o cálculo do Enem é diferente da maioria dos vestibulares e, dessa forma, eles só saberão a nota quando for divulgado o resultado final, em janeiro. “O fato de ter acertado 60% da prova não significa que o aluno tem uma nota 600, depende de quais questões ele acertou, se eram consideradas fáceis ou difíceis”, afirma Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.

O cálculo na nota do Enem é feito pela TRI (Teoria de Resposta ao Item), em que um item com baixo índice de acertos tem mais peso na pontuação final. Já aqueles que tiveram um alto índice de acertos contam menos pontos na nota final do candidato.

O sistema também funciona como “antichute”, já que consegue perceber quando a resposta não é compatível com o nível de conhecimento demonstrado pelo aluno e reduz a pontuação da questão.

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Com um cálculo tão complexo, o professor Márcio Guedes , coordenador do curso Poliedro, afirma que o aluno deve deixar de lado as comparações. “Os alunos acabam medindo os seus resultados com os de colegas em anos anteriores, mas eles precisam ter em mente que cada prova tem uma realidade, um conteúdo, e que a mesma pontuação não significa a mesma nota”, diz.

Como as provas de química, física e inglês deste ano foram consideradas mais difíceis do que no exame de 2012, o cálculo da nota nessas disciplinas pode ser bem diferente de exames anteriores, dizem os professores.

Após a divulgação do resultado individual de cada candidato no Enem, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) também publica as notas máximas e mínimas de cada área da prova. Essas notas servem como parâmetro para o inscrito saber se foi bem ou mal no exame.

Redação

Antes de entrar em desespero com gabarito em mãos, é preciso lembrar ainda que a nota final pode ser modificada pelo desempenho na redação. Se por um lado o tema escolhido foi considerado fácil pelos professores - "Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil" -, a correção será mais rigorosa este ano. “A redação é relativamente imprevisível”, afirma Tasinafo.

A partir deste ano, redações que contarem com trechos desconectados com o resto do texto (como as que apresentaram receita de macarrão e trecho do hino do Palmeiras) vão receber nota zero.

O MEC (Ministério da Educação) também afirma que as correções serão mais rigorosas em relação à ortografia - erros serão aceitos como excepcionais e sem reincidência. Outra novidade é que diminuiu para cem pontos a diferença entre notas dos corretores para que uma prova seja submetida a uma terceira avaliação.

Outros vestibulares

Os professores ainda destacam que o candidato não pode deixar que a quantidade de acertos no Enem influencie as provas de outros vestibulares. “É importante que o aluno não perca o foco e volte para o estudo, ignore o que já passou e tenha maturidade para encarar novos desafios. Temos uma série de provas até janeiro, cada uma tem perfil de cobrança muito diferente e não existe uma correlação entre os resultados”, diz Guedes.

Para quem apostou tudo no Enem, esta é a hora de descansar e esperar os resultados. Guarde a prova, o gabarito e faça anotações sobre o dia da prova (se estava muito nervoso, se teve dificuldade com o tempo ou com algum assunto específico, etc.).

Os professores dizem que não é hora de voltar aos estudos, mesmo se você tirou uma nota muito baixa. “Se ele começar a estudar agora, não vai aguentar a maratona do próximo ano”, diz o coordenador do curso Poliedro.