Alunos da USP vão pedir para reitoria não fazer reintegração de posse
Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) pedirão na reunião desta quarta-feira (6) para a administração da instituição não executar a reintegração de posse do prédio da reitoria com uso da PM (Polícia Militar). A reintegração de posse foi concedida na segunda-feira (4) pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o prédio está ocupado desde o dia 1° de outubro.
"A principal pauta que vamos levar para a negociação é que não seja feita a reintegração de posse", afirmou Pedro Serrano, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes). Segundo ele, os alunos querem que a reitoria garanta que os estudantes não serão punidos "administrativamente ou juridicamente", para depois negociar como será feita a desocupação.
Na noite desta quarta-feira (6), será realizada uma assembleia geral de estudantes em que deve ser definida a manutenção ou o fim do ocupação do prédio.
Segundo a reitoria da USP, a decisão sobre a reintegração de posse do prédio cabe apenas à Justiça.
Reintegração de posse
Após a Justiça determinar a reintegração de posse do prédio, alguns manifestantes já começaram a retirar colchões e objetos do prédio.
De terça para quarta, foi feita uma vigília no prédio com a presença de funcionários e professores em apoio à ocupação dos estudantes. O objetivo era impedir uma possível reintegração de posse durante o período de sono dos manifestantes.
Proposta da reitoria
Na última semana, a reitoria apresentou uma proposta de negociação que contém a reelaboração do estatuto da instituição na primeira quinzena de maio de 2014, com a ajuda da comunidade acadêmica - alunos, professores e funcionários.
Segundo o texto, a USP também se comprometia a negociar com a SPTrans o retorno de três linhas de ônibus extintas e o aumento da frota de ônibus circulares no campus. A universidade garantia ainda que as bolsas estudantis seriam reajustadas de acordo com o aumento salarial acordado no Cruesp (Conselho de reitores das Universidades Estaduais de São Paulo).
Outra demanda dos alunos, de que os blocos "K" e "L" fossem transformados em moradia estudantil, também seria atendida.
O texto que resultou da reunião de hoje prevê ainda a abertura de um processo democrático para a discussão do modelo de segurança da universidade e a devolução dos prédios do DCE e da Associação de Pós-Graduandos da USP.
Segundo o texto, seriam formadas comissões para atender a demanda de moradias, restaurantes e vagas em creches nos campi da universidade. Também seria instituída uma comissão permanente de diálogo e negociação entre a universidade e os representantes dos estudantes.
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