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Após ação da PF que terminou em confronto, alunos fumam maconha na UFSC

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

26/03/2014 11h14Atualizada em 26/03/2014 13h02

Na manhã desta quarta (26), alguns estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) retomaram a rotina de fumar maconha antes das aulas e em seus intervalos -- desta vez de forma desafiadora, como protesto.

A reportagem do UOL presenciou o consumo no bosque atrás do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas), palco do confronto entre policiais e comunidade universitária na tarde de ontem.

Segundo Pedro Rojas, estudante de engenharia, "a galera vem fumar aqui pra dar uma relaxada, não tem marginal". Ao seu lado, um colega de camisa vermelha acendia um baseado (cigarro de maconha).

Reitoria ocupada

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  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/12/11/voce-e-contra-ou-a-favor-da-legalizacao-da-maconha.js

A reitoria da UFSC está ocupada por estudantes desde a noite de ontem, em protesto contra a ação da PF (Polícia Federal) que prendeu estudantes portando maconha dentro da universidade. Após as detenções, aproximadamente 300 alunos cercaram os policiais e depredaram dois carros.

Várias assembleias acontecem ao mesmo tempo no campus de Trindade. Estudantes, funcionários e professores, cada um em separado, mas todos encaminhando propostas de repúdio à ação policial de ontem, que terminou em confronto com disparos por parte da polícia de balas de borracha e bombas de gás. Os estudantes são os mais radicais e pedem greve geral.

Os servidores, já em greve desde o dia 17, reuniram-se às 10h sob as árvores na frente da reitoria. Segundo Celso Ramos Filho, "a truculência policial existiu, foi mais um desmando desta  administração" - ele se referia à reitora da UFSC, Rosangela Neckel. Na noite de ontem, a reitoria publicou uma nota de repúdio à ocorrência à intervenção policial.

PF

Num balanco da PF, foram cinco os estudantes presos, um deles do ensino médio, não vinculado à UFSC. Todos foram liberados ainda na noite de ontem.

Segundo o coronel Araujo Gomes, comandante da tropa que agiu na área, a corporação foi "chamada pela PF para resgatar seus agentes e como tal agiu dentro da lei".

Neste momento, volantes de estudantes passam pelas salas em aula convocando os colegas para um ato às 16h, quando serão discutidos os rumos do movimento de protesto.