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Relatório de educação infantil deve conter progressos e problemas do aluno

Karina Yamamoto

Do UOL, em São Paulo

11/06/2014 06h00

Até os seis anos de idade, as crianças estão livres do boletim e das notas por conceito (A,B,C ... ou "suficiente" e "insuficiente") ou por números (em geral, de zero a dez). Na educação infantil, os pais costumam receber um relatório de educação infantil com as informações sobre os progressos e as dificuldades dos seus filhos. 

Nesse relatório, que não segue um modelo padrão, algum funcionário da creche ou da escola vai contar quais foram as principais conquistas da criança no período. O melhor, concordam os especialistas, é que a professora de classe seja a redatora desse registro. E nada de comparações com outros colegas de turma, porque cada indivíduo tem seu ritmo.

"Em geral, cada instituição escolhe alguns aspectos que devem fazer parte do conteúdo do relatório de acordo com os objetivos traçados e os projetos desenvolvidos", explica a professora Maria Angela Barbato Carneiro, da PUC-SP, em São Paulo. Segundo ela, as crianças e os pais podem, inclusive, participar do processo de avaliação.

O que o relatório de educação infantil contém

Apesar de a escolha ser livre, os aspectos analisados com mais frequência são motricidade, comunicação e expressão, criatividade, socialização e resolução de problemas.

Há colégios que organizam os conteúdos de maneira mais esquematizada utilizando tabelas, como é o Colégio Humboldt. "Neste ponto, analisamos se o aluno é capaz de ouvir atentamente, se chega pontualmente, se devolve os livros da biblioteca circulante ao longo do semestre no prazo determinado, se respeita as regras e combinados, se é capaz de se comunicar em voz adequada, entre outros", conta Mariane Bischof, coordenadora da educação infantil do colégio paulistano.

Em relação à periodicidade, as opiniões divergem. A professora da PUC-SP Maria Angela acha que os pais precisam ser informados mensalmente. Já entre as coordenações de escola ouvidas pelo UOL, o intervalo varia entre três e seis meses.

Uma outra dica é utilizar o relatório como um dos critérios de seleção da escola na matrícula, segundo Daniele Firmino leite, do Colégio Itatiaia, em São Paulo. Assim, os pais conseguem saber não apenas quais os objetivos que a escola propõe e de que maneira ela se comunica.

Recomendações do MEC

Em um relatório do MEC (Educação Infantil: Subsídios para construção de uma sistemática de avaliação, disponível na internet), o órgão recomenda  que "as observações e registros devem ser contextualizados, isto é, tomando as crianças concretas, em suas histórias de vida, seus ambientes sociais e culturais e co-construtoras de um processo dinâmico e complexo de desenvolvimento pessoal e social".

O documento, publicado em 2012, lembra também o caráter dela nessa etapa:  "A avaliação ocorre permanentemente e nunca como ato formal de teste, comprovação, atribuição de notas e atitudes que sinalizem punição". O objetivo do procedimento é melhorar a forma de mediação do professor para que "o processo de aprendizagem alcance níveis sempre mais elevados".