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Mãe registra BO após ser chamada na creche para trocar fralda do filho

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

28/07/2014 14h36

Uma auxiliar administrativa de 35 anos registrou um BO (Boletim de Ocorrência) na última sexta-feira (25) após ter sido chamada para trocar a fralda do filho de dois anos em uma creche municipal de Campinas (a 93 km de São Paulo). Carla Heloisa Carnevalli, mãe da criança, estava no trabalho no momento da ligação. 

De acordo com Carla, a professora era substituta e estava cuidando da sala de seu filho Davi naquele dia. A mulher teria se recusado a trocar a fralda suja de cocô do menino e o deixou isolado em um canto até a chegada da mãe.

“Eu fiquei revoltada. O vigilante da creche me telefonou no trabalho dizendo que a professora pediu para ele me chamar para limpar o meu filho porque ela não podia fazer isso. Eu tive que sair do trabalho para ir até lá saber o que realmente estava acontecendo”, contou a mãe.

Quando chegou ao local, na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Rafael Andrade Duarte, no parque Taquaral, Carla disse que ficou mais revoltada: “Ele estava isolado em um canto da sala, todo fedido e sujo, olhando para a parede. Quando eu vi aquilo, comecei a chorar e a professora disse que não era obrigação dela limpá-lo porque ela estava sozinha e não tinha ninguém para cuidar das outras crianças”.

A mãe também informou que foi até a diretoria pedir uma explicação sobre o ocorrido, mas não teve nenhuma resposta. “A professora podia ter pedido para o vigilante olhar as crianças e ir trocá-lo ou até fazer a limpeza ali mesmo. Foi um absurdo o que ela fez".

Carla disse que pretende fazer um abaixo-assinado com as mães de outros alunos para tirar a professora substituta da escola. “E se eu não tivesse como sair do trabalho? Ele ia ficar naquela situação quanto tempo? Já registrei um boletim de ocorrência e vou continuar atrás dos meus direitos”, afirmou. 

O BO foi registrado no 4º Distrito Policial da cidade, como não criminal. O delegado de plantão orientou Carla a procurar um advogado para cuidar do caso.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de Campinas, a prefeitura abriu nesta segunda-feira (28) um processo administrativo para investigar o caso, uma vez que independentemente de ser substituta ou não, a professora deve dar assistência à criança, tanto para limpar quanto para dar remédios. O processo pode levar até 90 dias para ser concluído, podendo resultar de suspensão a exoneração da docente.