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Ameaça de chacina deixa 9.000 alunos sem aula há 15 dias no PI

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

29/07/2014 12h10

O ano letivo de 9.000 alunos do município de Luzilândia (a 227 km de Teresina) está prejudicado por conta de uma suposta ameaça de chacina que seria realizada em uma escola do município. Por conta da história, as aulas das redes estadual e municipal -- que deveriam ter retornado no dia 14 -- não estão ocorrendo, à espera da prisão do suspeito. Os estudantes estão há 15 dias sem aula.

A ameaça teria partido de um homem que está com mandado de prisão em aberto por assalto. Ele teria feito uma ameaça à filha de um policial. Em seguida, uma nova história surgiu: ele teria ameaçado invadir uma das 26 escolas da cidade e cometer uma chacina. A partir daí, os pais se recusaram a mandar os filhos para as escolas.

Por conta do problema, as aulas na rede estadual estão suspensas. Segundo a diretora da unidade de gestão e inspeção da Secretaria de Educação do Piauí, Eudina Rocha, a posição do órgão é de manter os alunos fora das salas de aula até encontrar uma solução que acalme a população.

“Fica difícil a gente dizer que volte as aulas, e esse maluco entrar em uma escola e atirar. O que vamos fazer é uma reunião com a Polícia Militar, se possível com o juiz da cidade, para chegarmos a um consenso”, disse.

A diretora alega que o calendário está prejudicado. “Temos calendário apertado por causa da Copa. A maioria dos alunos é da zona rural, sem tanto esclarecimento, e eles estão trancados em casa como medo desse possível massacre”, afirmou.

Na rede municipal, na qual estão matriculados 7.000 dos 9.000 alunos, a prefeitura ainda tentou retomar as aulas na segunda-feira (28), mas os pais não levaram os filhos.

“Teríamos que recomeçar as aulas no dia 14, mas não conseguiu. Coloquei carros de som nas ruas, pedindo que os pais mandassem os filhos para a escola, porque o prejuízo é grande, mas hoje não foi praticamente ninguém.

Os pais não estão confiando”, afirmou a secretária de Educação de Luzilândia, Alcionete Pereira da Silva .

A secretária disse que já comunicou o caso à polícia e a Guarda Municipal, que estão fazendo ronda nas escolas. Mesmo assim, Silva acredita que as aulas só voltarão pra valer com a prisão do suspeito.

“Foi uma história que se espalhou, mas ninguém prova nada. Essa história foi passando de boca em boca, e os pais passaram a acreditar e ficaram apavorados. Virou um caos. Os pais só vão ter confiança quando ele for capturado”, disse.