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Aluno de MG diz que aprendeu 5 idiomas para saber mais sobre outros povos

Sylo Costa Neto, 21, escreve e fala com fluência em cinco idiomas - Carlos Eduardo Cherem/UOL
Sylo Costa Neto, 21, escreve e fala com fluência em cinco idiomas Imagem: Carlos Eduardo Cherem/UOL

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

30/07/2014 06h00

O estudante do 7º período de direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em Belo Horizonte , Sylo Costa Neto, 21, escreve e fala com fluência em cinco idiomas. Além do português, Costa Neto domina o inglês, o espanhol, o alemão e o chinês mandarim.

Antes mesmo de alfabetizar-se na escola fundamental, Costa Neto foi matriculado em curso de inglês aos seis anos. Em inglês, ele possui o CAE (Certificate of Advanced English - Cambridge University). O espanhol, ele começou a estudar aos onze anos e certificou-se com o DELE C2 Maestría (Diploma de Español como Lengua Extranjera).

O mandarim, explica o estudante, foi iniciado quando ele completou 13 anos. Iniciou o aprendizado do idioma com aulas particulares na escola de mandarim XueJu. Depois de dois anos, transferiu-se para a escola Huawen, onde obteve novo certificado: HSK

Aos 15 anos, Costa Neto iniciou seus estudos de alemão e cursou por um período de três meses o ensino médio no Margarete Steiff Gymnasium, Giengen an der Brenz,  em Baden Württemberg. Em outubro deste ano, ele transfere seus estudos de direito na UFMG para a Alemanha. O garoto vai cursar direito na LUH (Leibniz Hannover Universität), em Hannover, Saxônia.

Base

“Minha memória é totalmente fotográfica. Sempre estudei assim: escrevendo as coisas à mão, colocando no papel. Não consigo estudar falando. Para memorizar, tenho de escrever, com caneta e papel”, diz o estudante. “Tenho facilidade e gosto de estudar. Sempre tive as melhores notas da sala, desde o ensino fundamental. Estava sempre entre os dois primeiros da escola”, afirma.

Costa Neto estudou no Colégio Santa Dorotéia, no Sion, região nobre da capital mineira, do fundamental ao médio, quando fez o vestibular para direito. “Todos meus amigos, mas todos mesmos, são de lá. Isso sempre me ajudou muito a estudar. Tinha prazer de fazer as coisas lá [na escola], participava de tudo e conseguia conciliar meu tempo com as aulas de línguas à tarde ou à noite”.

Ele conta que se sentia seguro na escola, com os amigos em volta: "O estudo de outras línguas me abriu o mundo”.

A geografia do mundo

O estudante conviveu muito durante toda sua vida com o avô paterno, o ex-deputado estadual e desembargador aposentado Sylo Costa, e com a avó materna, a psicóloga Maria Tereza Arrieiro Continentino. O pai, Sylo Costa Filho, 48, é economista e advogado do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Minas Gerais. A mãe, Adriana Arrieiro Continentino, 46, é proprietária de duas escolas de idioma e também fala e escreve fluentemente em cinco idiomas. Além do português, o inglês, francês, espanhol e dinamarquês.

Costa Neto admite as condições que teve para estudar e a influência familiar favorável. Ele explica, porém, que o seu interesse por geografia, geopolítica e demografia, além de seu gosto pelos estudos e leitura, foram determinantes para o estudo de idiomas. “Vi isso quando estudava essas matérias. O inglês era insuficiente para que eu conhecesse outras culturas, outros povos. Você só consegue aproximar-se de outra cultura, sabendo falar a língua desse país”.

Nos bares da vida

Costa Neto solta um sorriso largo, quando lhe é perguntado se tem tempo para lazer e entretenimento. “Saio todas as noites, de quinta-feira a domingo. Faço tudo normal. O que eu não faço é perder tempo: ficar à toa”, diz. Ele explica que, além de frequentar a vida noturna de Belo Horizonte, pratica tênis quatro horas por semana e faz exercícios em academias de ginástica, três horas semanais. E ainda estuda línguas.

Durante o ensino fundamental, ele cumpria as tarefas determinadas pelos professores e estudava, sempre com caneta ou lápis e papel, cerca de uma hora por dia. No ensino médio, ampliou para três, quatro horas o período dedicado aos estudos. “Tem outra coisa, sempre prestei muita atenção em sala de aula”, diz.

“Tive de ter planejamento, método e disciplina ou não conseguia.”