Topo

Peruada: festa dos estudantes de direito da USP vira ato pró-Dilma

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 15h42

Em meio a bandeiras e adesivos partidários, os estudantes de direito da USP (Universidade de São Paulo) fizeram da tradicional festa à fantasia da faculdade, a Peruada, no centro da capital paulista, um ato a favor da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT).  

Roupas que fazem alusão à falta de água no Estado de São Paulo, ao escândalo da Petrobras e ao aeroporto de Cláudio (MG) foram algumas das muitas que trataram do momento político vivido pelo país.

A estudante Olivia Bonan, 21, no 3º ano do curso de direito, foi vestida como a pintora Frida Kahlo.  "Queria vir como alguma mulher feminista", conta. "Voto na Dilma porque acredito que é o melhor caminho para nós alcançarmos mais direitos para as mulheres."

Mateus Manzano, 19, que cursa o 1º ano da faculdade do Largo de São Francisco, também aderiu ao coro. "O apoio político ao Aécio aqui está fraco. Até porque o projeto que ele representa para o país não é verdadeiro, já mostrou isso no passado", analisa.

Na imensidão dilmista, um jovem com um adesivo pró-Aécio chama a atenção: "Agora é 45". Poderia ser um apoiador ao candidato à presidência pelo PSDB, mas não era. 

"Eu vim de aspirador de pó", conta Otávio Azevedo, 22, do 5º ano de direito. "Ele tem uma carreira sólida, está ligado. Então é uma opção, vai saber. O pessoal está sendo muito leviano com a candidatura dele, né?", brinca após ser perguntado se votaria no candidato, revelando um adesivo de Dilma por baixo da camisa.

Mesmo em menor número, havia quem apoiasse o candidato tucano. Fantasiadas com um macacão com os bolsos cheios de dinheiro e o símbolo da Petrobras, seis estudantes de direito afirmaram acreditar ser importante o cunho político da Peruada. "Estou vestida de escândalo da Petrobras. Escolhemos este tema porque está muito em voga", disse uma das garotas, que não quis se identificar. 

Peruada 2014

O tema da Peruada deste ano é "Meu peru se faz de tonto, nega salário e corta o ponto", em apoio à greve da instituição, que durou mais de cem dias. Os participantes saíram do Largo São Francisco, no centro de São Paulo, e percorreram um trajeto que passou pelo Viaduto do Chá, rua Maria Paula e avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Em frente à prefeitura de São Paulo, os alunos fizeram gritos de guerra em favor do prefeito, Fernando Haddad (PT), e novamente da candidata Dilma Rousseff.

Muitos estudantes aproveitaram a festa ainda para fazer críticas à gestão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Fantasias que fazem referência à falta de água em diversos pontos do Estado foram destaque.

Nicholas Versignassi, 22, foi um dos que abordaram o tema pela roupa. "Vim como banhista protestante que reclama do fato do volume morto ter chegado ao segundo nível e da água já não ser mais uma realidade em São Paulo",  diz.

Regada a muita cerveja, vodka e água, a festa deste ano contou com a apresentação do grupo baiano Olodum. A reportagem presenciou duas meninas sendo atendidas por estarem embriagadas. Três ambulâncias estavam no local.