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Conae começa com delegações enfrentando problemas de hospedagem

Mariana Tokarnia

20/11/2014 11h55

A abertura da Conferência Nacional de Educação (Conae) na noite de quarta (19), em Brasília, começou com um pedido de desculpa do coordenador-geral do Fórum Nacional de Educação (FNE), Franciso das Chagas Fernandes, por causa dos transtornos que algumas delegações tiveram com a hospedagem.

"A primeira questão é pedir desculpas por alguns transtornos que aconteceram com as nossas delegações. Nós do fórum temos conhecimento disso e nos empenhamos para resolver todos os problemas. Vocês sabem que fazemos licitações e temos empresa responsável desde a alimentação, ao transporte, aos hotéis. Nossas desculpas pelos transtornos. Estamos tentando resolver da melhor maneira possível", disse.

Em seguida, Fernandes anunciou que a palestra que estava prevista para a quinta (20), do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ocorreria na quarta. Ao falar, Carvalho minimizou os problemas na organização e disse que "toda conferência tem um pouco disso". Ele ressaltou a importância da participação popular, não apenas na educação, mas também na gestão governamental. "Passou da hora de nós rompermos com todas as formas de educação dominadora, mas também de governos autoritários e dominadores. O que estamos realizando neste momento é simplesmente o exercício dessa nova prática de construção de uma democracia que nasce na sua raiz e que por isso aumenta em nós a possibilidade de acertar e diminui a possibilidade de nós errarmos", disse.

O ministro criticou a derrubada, no Congresso Nacional, do decreto presidencial que cria a política e o sistema nacional de participação popular e ressaltou a necessidade de uma reforma política. "É fundamental que mudemos a correlação de forças e que acabemos definitivamente com o financiamento empresarial de campanha. Vocês sabem, o financiamento empresarial de campanha é a forma de desequilibrar a representação popular no Congresso Nacional", destacou. "Não se constrói democracia, não se aprofunda a democracia, não se consagra a participação social em um Congresso que não represente efetivamente a maioria do nosso povo, por isso está colocado no centro da nossa questão a reforma política", completou.

Quem também falou foi o ministro da Educação, Henrique Paim. Ele apresentou os avanços feitos ao longo dos anos no financiamento e no regime de colaboração e reconheceu que é preciso avançar mais na educação. "Sabemos que na educação não pode ser dito só que a palavra mágica é prioridade, a palavra mágica para educação é compromisso político, e o compromisso político passa por esse compromisso em relação ao financiamento", disse.

A Conae vai até domingo (23). O tema central dos debates é o Plano Nacional de Educação (PNE) na Articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração. O documento-base a ser discutido teve origem em emendas apresentadas durante as conferências estaduais e distrital. Participam educadores, pesquisadores, gestores públicos, parlamentares e representantes de organizações e entidades sociais, que debaterão o futuro da educação, da creche à pós-graduação no país.