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'Não posso ficar sem luz nem água', diz eletricista da Uerj sem salário

Robson Rodrigues da Silva é funcionário terceirizado da Uerj e está com o salário atrasado - Maria Luisa Melo/UOL
Robson Rodrigues da Silva é funcionário terceirizado da Uerj e está com o salário atrasado Imagem: Maria Luisa Melo/UOL

Maria Luisa Melo

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/01/2015 19h10

Com salário atrasado há um mês, o eletricista da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Robson Rodrigues da Silva, 40 anos, está com as contas atrasadas e diz não ter dinheiro para comprar material escolar para dois filhos menores de idade.

Robson é um dos funcionários da empresa terceirizada Construir Arquitetura e Serviços Ltda. que presta serviços de limpeza e manutenção para a universidade e para o Hospital Universitário Pedro Ernesto. Segundo ele, não há informações sobre uma possível data para o pagamento.

"Estou sem dinheiro até para pagar o valor mínimo do cartão de crédito. As contas de luz e de água estão atrasadas e vão ser cortadas. Não posso ficar sem luz nem água porque tenho duas crianças em casa. Também preciso comprar o material escolar dos meus dois filhos, porque as aulas já começam na semana que vem. Com que dinheiro vou comprar material? Tô sem nada no bolso", reclama ele, que aguarda um salário líquido de cerca de R$ 1.300 para quitar as contas.

Além do atraso salarial, ele conta que os funcionários também não foram contemplados com benefícios.

"Para piorar mais a situação, não temos mais ticket refeição nem vale transporte, porque a empresa não recarregou os cartões. A partir de semana que vem não tem mais como vir trabalhar. Onde vou arranjar dinheiro para pagar passagem?", questiona. Segundo Robson, cerca de dez eletricistas funcionários da empresa Construir atuam no prédio principal da Uerj, no Maracanã.

Procurada por telefone para dar informações sobre o não pagamento dos salários, nenhum responsável da empresa Construir foi localizado. A Uerj também não respondeu sobre o atraso nos pagamentos.

Uerj em crise

No dia 17 de dezembro do ano passado, veio a público uma crise a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, funcionários da empresa terceirizada de limpeza espalharam lixo pelos corredores do campus Maracanã. Eles estavam com salários atrasados há dois meses. No dia seguinte, o reitor Ricardo Vieiralves informou, em nota, que as dívidas da instituição chegam a R$ 23 milhões.

Na mesma época, o Hospital Universitário Pedro Ernesto perdeu cerca de 400 funcionários temporários, segundo estimativa de sindicato que atua na universidade. No início deste ano, alunos receberam com atraso de mais de 15 dias os pagamentos das bolsas da universidade. Professores também relataram problemas no pagamento.