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Pais fazem bloco para protestar contra fechamento de vagas em creche da USP

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

11/02/2015 18h13

Pais, crianças e funcionários realizaram nesta quarta-feira (11) o bloco carnavalesco “Oh abre vagas, que eu quero entrar” em protesto contra o fechamento de vagas na creche da USP (Universidade de São Paulo). O ato acontece na tarde desta quinta no campus Butantã, na zona oeste de São Paulo.

Segundo os pais, cinco unidades da creche informaram que não vão receber novos alunos para o ano letivo de 2015. Eles foram informados de que o corte foi necessário depois que 19 funcionários das creches aderiram ao PIDV (Programa de Incentivo à Demissão Voluntária).

Em alguns casos, o processo seletivo chegou a ser realizado, mas em janeiro as famílias foram informadas de que cinco unidades da creche não abririam vagas este ano. São elas: a central, a oeste, a da Saúde Pública, a do campus São Carlos e a do campus Ribeirão Preto.

“Eu participei de um processo, levei toda a documentação, mas, faltando quatro dias para a divulgação do resultado, a gente recebeu um e-mail dizendo que não ia ter profissional para atender as crianças por causa do plano de demissão voluntária”, afirma Antonio Glaudstone Pereira, que tem um filho de quatro anos e é funcionário do Cepeusp (Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo).

“Estou pagando uma creche, enquanto não tem vaga. O problema é que o auxílio-creche que eles oferecem não é suficiente, não cobre o que o mercado está pedindo”, diz.

Vivian Castro, chefe do serviço da comissão de cooperação internacional da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), também inscreveu o seu filho de dois anos e foi informada pela SAS (Superintendência de Assistência Social) que as creches da USP não teriam novas vagas.

“É muito frustrante, a gente cria uma expectativa, não vai atrás de outras creches, porque sabe que a creche da USP é muito boa, é um modelo”, diz. “Agora o meu filho está ficando com a minha mãe, mas ela mora em Cotia e eu em Pinheiros. Fico indo e vindo todos os dias”, afirma.

O PIDV começou em novembro do ano passado e tinha por objetivo uma redução na folha de pagamento de 3,25% a 6,5%. A medida foi tomada depois que a USP anunciou que gasta 105% do orçamento com o pagamento dos funcionários.

Procurada pela reportagem, a USP disse que não vai se pronunciar sobre o fechamento de vagas nas creches da USP.