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"Está faltando dinheiro para alimentação", diz bolsista da Uerj

Gabriel Victorino é um dos 621 bolsistas afetados pelo não-pagamento de duas modalidades de bolsas oferecidas pela Uerj  - Arquivo pessoal
Gabriel Victorino é um dos 621 bolsistas afetados pelo não-pagamento de duas modalidades de bolsas oferecidas pela Uerj Imagem: Arquivo pessoal

Maria Luisa Melo

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/02/2015 16h43Atualizada em 26/02/2015 16h55

Há uma semana aguardando o pagamento de sua bolsa no valor de R$ 1 mil, Gabriel Victorino conta que está sem o dinheiro para a passagem e também para alimentação. Ele é um dos 621 bolsistas afetados pelo não-pagamento de duas modalidades de bolsas oferecidas pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que passa por grave crise financeira.

“Eu moro com meus pais, mas preciso do dinheiro da bolsa para pagar passagem e me alimentar. Então, está faltando dinheiro para passagem e alimentação. Estou pegando emprestado, porque preciso vir pra Uerj e não tenho pagamento ainda”, conta Gabriel, que é aluno de uma instituição privada, mas atua em projetos desenvolvidos pela Faculdade de Comunicação Social da Uerj. Ele participa do Proatec (Programa de Apoio Técnico às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão).

“O que mais me assusta é que outras pessoas me disseram que nunca viram um atraso de tanto tempo. Espero que paguem logo”, diz ele, que é bolsista há seis meses.

Atualmente, segundo dados da Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, há 210 inscritos no programa, que viabiliza suporte técnico a projetos acadêmicos em três modalidades. As bolsas variam de R$ 800 a R$ 1.400.

Outros 411, que também ainda não receberam as bolsas este mês, são professores vinculados ao Prociência, programa de estímulo à pesquisa acadêmica e à docência da Uerj. Neste caso, os docentes recebem um complemento no salário por atividades de pesquisa. Os valores não foram informados. Os dois programas afetados são pagos com recursos repassados pela Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).

Já outras modalidades de bolsas, como a de permanência estudantil aos alunos cotistas, no valor de R$400, foram pagas sem atraso este mês.

Uerj não dá explicações

Procurada, a Uerj não deu explicações sobre o atraso e pediu que o UOL procurasse a Secretaria de Fazenda do RJ.

A pasta, por sua vez, informou que liberou, no último dia 19, "verba para a Uerj cumprir com obrigações junto a estudantes e médicos residentes".  Informou ainda que "a Subsecretaria de Finanças da Secretaria de Fazenda do Rio vem se reunindo com os responsáveis pelas unidades gestoras do Estado para tratar das prioridades de pagamentos de cada unidade que ficaram em restos a pagar e a Faperj está incluída neste processo".

No início do ano, a Uerj já havia atrasado o pagamento de bolsistas, professores temporários e visitantes, e funcionários de empresas terceirizadas.