Professores parados e briga na Justiça: entenda a crise da educação no DF
O início do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) no Distrito Federal tem sido um tanto conturbado. Já no primeiro mês, ele enfrentou greves na saúde, de terceirizados, vigilantes e motoristas de ônibus. Com os professores, o governador teve problemas desde o início do ano, antes mesmo das greves.
Sem receber salários relativos ao final do ano passado, quando o governador era Agnelo Queiroz (PT), os professores organizaram um protesto já no dia da posse de Rollemberg. Durante a cerimônia, o novo governador avisou que austeridade seria a palavra de ordem na nova gestão.
Rollemberg diz que a dívida é uma herança do governo anterior, resultado de má gestão dos recursos.
O tom do novo governo, que começou com a missão de tapar um rombo de R$ 1,8 bilhões, não agradou os professores. Sem receber férias, 13º e multa por rescisão de terceirizados (dívidas de 2014), os docentes organizaram um outro protesto na primeira semana do ano, no dia 7 de janeiro.
Um dia depois da manifestação, GDF anunciou o adiamento do início das aulas do dia 9 para o dia 23 de fevereiro. A justificativa oficial foi a de que as escolas precisavam de reforma. Mas segundo o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), o adiamento se deu após a ameaça de greve.
A categoria não gostou do adiamento do início das aulas. Além da insatisfação com os atrasados, a categoria também reclamava do calendário (que prevê aulas até o dia 29 de dezembro) e do corte de coordenadores pedagógicos nas escolas.
Sem possibilidade de fazer greve (já que estavam em férias), os docentes do DF passaram a realizar protestos em frente ao Palácio do Buriti (sede do governo) frequentemente.
Um das soluções apresentadas à época pelo Executivo foi o parcelamento, em seis vezes, das dívidas do Estado com os professores. A categoria não aceitou a proposta e exigiu o pagamento imediato.
A divulgação do Pacto por Brasília, no dia 27 de janeiro, com o plano de pedir a Antecipação de Recursos Orçamentários (ARO) para pagar os atrasados, deu uma esperança aos professores. Porém, os recursos (que dependem ainda da aprovação do Tesouro Nacional e Banco Central) não saíram antes do início das aulas e os professores cumpriram o que prometeram: entraram em greve no dia 23 de fevereiro.
Após o anúncio de paralisação, o GDF entrou na Justiça e conseguiu uma liminar contra a greve. Mesmo com a decisão, o Sinpro optou por seguir a greve e recorrer da decisão. Nesta sexta-feira (27), uma nova assembleia deve decidir os rumos da crise.
Caso voltem às aulas, os professores do DF ainda vão ter que esperar até o mês de junho para conseguir reaver os atrasados e, provavelmente, continuarão protestando. Já o governo fica no aguardo da liberação da ARO para quitar as dívidas. No meio do fogo cruzado, alunos finalmente vão voltar às escolas do Distrito Federal.
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