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Garoto é agredido na escola e tem afundamento do crânio em Araçatuba (SP)

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

26/03/2015 14h01Atualizada em 09/04/2015 12h16

Um estudante de 10 anos foi agredido com socos dentro da sala de aula por outro aluno, de 12 anos, na Escola Estadual Professora Vaniolê Dionysio Marques Pavan, que fica na periferia de Araçatuba (SP). A agressão, ocorrida ontem (25), foi registrada na Polícia Civil e será apurada. O Conselho Tutelar da cidade também acompanha o caso.

Segundo a mãe do menino agredido, a manicure Sandra Regina de Oliveira, a agressão aconteceu porque o colega de sala mais velho pegou, sem permissão, grafites de lapiseira do material da vítima, que tinha caído ao chão. Inconformado com a ação, o aluno reclamou para a professora e, na sequência, acabou agredido com uma série de socos na cabeça.

A agressão, ocorrida por volta das 14h, durou pouco menos de um minuto e foi interrompida pela professora, que apartou a briga. Na sequência, a ronda escolar da Polícia Militar foi chamada à escola e levou o menor ao Pronto-Socorro da cidade. De lá, ele foi levado para a Santa Casa, onde foi constatado o afundamento do crânio

O estudante passou por uma série de exames, mas acabou liberado, por volta das 1h de hoje, mesmo com dores intensas. Os médicos recomendaram que ele fique em repouso absoluto por uma semana. O quadro será reavaliado para verificar se não houve maiores comprometimentos. A expectativa é que ele fique ao menos um mês afastados de suas atividades.

“Foi uma situação muito difícil, porque ficamos muito assustados com o afundamento do crânio e, ao mesmo tempo, não podíamos demonstrar, porque ele é uma criança. Mas, felizmente, ele está bem”, disse a mãe.

Trauma

Segundo ela, entretanto, o temor da família é que ele desenvolva algum tipo de trauma ao voltar para a sala de aula. Por isso, ele será transferido de escola. “Por enquanto, ele está com a gente, tudo sossegado. Mas não sei como vai ser quando ele voltar. Só sei que ele não volta a estudar lá”, disse.

Ela informou, ainda, que pretende processar o Estado. “Foi uma agressão dentro da sala de aula.  A gente deixa o filho na escola e imagina que ele está protegido, nunca pensa que vai ser vítima de uma agressão”, disse.

Suspensão

Segundo a Polícia Civil de Araçatuba, a agressão será investigada pela delegacia especializada no atendimento de ocorrências envolvendo a Infância e Juventude. A autoridade policial disse que não iria fornecer detalhes sobre o caso.

De acordo com a dirigente regional de ensino de Araçatuba, Aparecida Sabino, a escola não apresenta histórico de ocorrências do tipo. “Temos um trabalho de 12 anos fomentando a cultura de paz na nossa regional. É uma luta árdua, mas que todos que trabalham pela educação têm que travar”, conta. Segundo ela, o caso será analisado pelo Conselho Escolar, que definirá a punição ao estudante agressor.

Já a Secretaria Estadual de Educação informou que o agressor será chamado para prestar esclarecimentos. Ele foi suspenso e deverá ser transferido de escola. O Conselho Tutelar, por sua vez, informou que também acompanha o caso e que irá ouvir os envolvidos nos próximos dias.