USP suspende alunos acusados de abusar de calouro em São Carlos
A USP (Universidade de São Paulo) decidiu suspender alunos que foram acusados de abusar de um calouro durante uma festa ocorrida no alojamento do campus da instituição em São Carlos. A denúncia ocorreu há dois anos. Apesar da punição, a vítima, que, seis meses depois, invadiu o alojamento e disparou uma série de tiros, considera que a punição ficou aquém das expectativas.
"Ao que compete à universidade, os procedimentos apuratórios do fato em questão foram realizados, por meio da instauração de sindicância e de processo administrativo disciplinar. (…) sendo atribuída ao grupo de alunos envolvidos a penalidade de suspensão, variando de 10 a 70 dias. A decisão foi comunicada à direção da Escola de Engenharia de São Carlos, do Instituto de Física de São Carlos e do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação para aplicação das respectivas penalidades, já em cumprimento", informou a assessoria de imprensa da USP em nota.
A universidade não informou, entretanto, o número de punidos, assim como suas identidades, e não disse quais condutas dos estudantes geraram a punição.
A conclusão não agradou ao denunciante, que abandonou a universidade depois do ocorrido. Ainda assim, Alexandre José Coutinho da Rocha Lima, 24, afirmou que não pretende contestar a decisão “Pra mim, foi uma punição que não significa nada. Mas não vou continuar brigando. Se todos querem varrer o caso para baixo do tapete, que varram. O negócio é seguir a vida”, disse.
O caso
O episódio que motivou a suspensão ocorreu em 4 de março de 2013, mas só foi denunciado dez dias depois, quando a vítima procurou a polícia. Segundo versão dada pela vítima, ele foi cercado por oito veteranos, enquanto ocorria uma festa no alojamento da instituição. Ele teria sido ameaçado e levado até a cozinha.
No local, alguns dos veteranos chegaram a baixar as calças e pelo menos um mostrou os órgãos genitais. Eles gritavam ordens para que o calouro “chupasse”. Ainda segundo depoimento da vítima, os veteranos chegaram a roçar partes do corpo no dele. Um deles, ainda segundo o estudante, também chegou a apertar o pênis dele. Depois, tentaram fazer que Alexandre fosse até a festa.
A ocorrência foi, primeiramente, registrada como estupro mas, depois, acabou sendo transformada e, injúria, já que, em depoimento, a vítima negou que tivesse sido obrigada a tirar a roupa. Na Justiça, ninguém foi condenado no caso até o momento.
Seis meses depois, Alexandre chegou a invadir a área de alojamento e disparou uma série de tiros contra as paredes do local. Ninguém foi atingido, mas o estudante acabou preso e condenado a três anos de prisão. Ele alegou que a ação foi motivada pelo bullying que ele sofria depois das denúncias. A pena, entretanto, foi convertida em serviço comunitário e Alexandre acabou abandonando o curso e voltando para São Paulo, onde mora sua família.
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