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Professores da rede estadual de SP mantêm greve, que já dura 21 dias

Izabelle Mundim

Do UOL, em São Paulo

02/04/2015 16h50Atualizada em 06/04/2015 13h34

Os professores da rede estadual decidiram continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na tarde desta quinta-feira (2) em assembleia no Masp (Museu de Arte de São Paulo). A paralisação foi anunciada no último dia 13. A próxima reunião deve acontecer no dia 10 de abril no Palácio dos Bandeirantes.

Em entrevista após a assembleia, a presidente da Apeoesp, afirmou que a greve tem ficado mais forte, apesar da não disposição do governo em negociar. “Pedimos reajuste salarial de 75,33% paulatinamente, mas até agora não apresentaram proposta de parcelamento”, diz.

Entre as reivindicações, os professores pedem a valorização da carreira, reajuste salarial que equipare perdas salariais, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação e são contra o fechamento de salas de aulas, o que ocasionou a demissão de 20.000 professores e superlotou turmas remanescentes.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que "avalia que a decisão do sindicato é extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%".

Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.

A Apeoesp argumenta que, passados os quatro anos, o reajuste está desafado e que por isso o aumento de 75,33% equipararia as perdas salarias aos vencimentos das demais categorias de nível superior. Hoje, o salário é de R$ 2.145, para 40 horas semanais.

Os professores paulistas tiveram na segunda-feira (30) a primeira negociação com o governo estadual desde a decretação da greve, no dia 13 deste mês. No entanto, segundo a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, não houve avanço na pauta de reivindicações, pois não foi apresentada nenhuma proposta de reajuste pela secretaria.

A pasta nega que as negociações não tenham avançado, pois foi encaminhado um projeto de lei para que professores temporários sejam incluídos no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, antiga reivindicação da categoria.