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Unesp vai investigar festa que teve roupas de carrascos da Inquisição

Estudantes da Unesp usam roupa da Ku Klux Klan para receber calouros - Reprodução/Facebook
Estudantes da Unesp usam roupa da Ku Klux Klan para receber calouros Imagem: Reprodução/Facebook

Wagner Carvalho

Do UOL, em Bauru

02/04/2015 18h07Atualizada em 09/04/2015 09h03

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) vai apurar supostos excessos cometidos durante uma festa de recepção aos calouros, na qual os estudantes vestiam fantasias semelhantes às usadas pelos carrascos da Inquisição, relacionados à tortura na Idade Média. Para os estudantes da universidade, porém, eles lembram as roupas usadas pela Ku Klux Klan, seita norte-americana que pregava a supremacia da "raça branca".

Em nota, a instituição afirmou que será formado um grupo de professores, alunos e funcionários para ouvir alunos do 1º ao 6º anos de medicina que estiveram presentes no evento.

Os alunos da 48º turma da FMB (Faculdade de Medicina de Botucatu) da Unesp se desculparam por meio da página da turma no Facebook, após a polêmica. “Pedimos sinceras desculpas à sociedade e a todos que se sentiram de alguma forma ofendidos pela escolha infeliz da fantasia.”

Eles reconheceram que fizeram uma escolha equivocada nas fantasias e que se deixou margem para interpretação. “Com relação à prática do trote, gostaríamos de declarar que não houve, antes, durante ou após a festa, qualquer tipo de ação que fizesse apologia ao preconceito e à violência, tendo os próprios primeiro anistas afirmado o mesmo através de redes sociais e em nota oficial”, afirmaram.

A mensagem foi apresentada na quarta-feira (1º) durante a Congregação da Faculdade de Medicina, reunião entre os alunos do 1º ao 6º anos. “Gostaríamos de reiterar que a 48ª turma abomina qualquer forma de preconceito envolvendo etnias, credos ou orientações sexuais. Pedimos desculpas à nossa comunidade acadêmica, que foi julgada injustamente."

Durante a reunião, alguns dos calouros presentes na festa prestaram depoimentos afirmando não ter havido atos de opressão ou qualquer tipo de ação que fizesse apologia ao preconceito e à violência.

“Caso seja recebida alguma denúncia, será criada uma Comissão de Sindicância para que sejam aplicadas as eventuais punições cabíveis. Até o presente momento, a FMB não recebeu denúncia formal de abusos cometidos na festa”, afirma a universidade.