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Há 42 dias parados, docentes da rede estadual de SP mantêm greve

Do UOL, em São Paulo

24/04/2015 15h44Atualizada em 24/04/2015 16h00

Os professores da rede estadual decidiram continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (24) em assembleia na avenida Paulista. A paralisação completa 42 dias. A próxima reunião será no dia 30 de abril.

O sindicato da categoria fez uma reunião com a Secretaria Estadual de Educação na última quinta-feira (23). Segundo a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Noronha, o encontro não teve acordos. "Foi uma reunião frustrante, porque estamos chegando ao 42º dia de greve e não tivemos nenhuma proposta." 

A secretaria informou que apresentou, durante a reunião, três propostas. São elas, política salarial pelos próximos 4 anos com data base em 1º de julho; envio de lei à Assembleia Legislativa que inclui os temporários na rede de atendimento do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e estabelece a redução da exigência de 200 dias de intervalo a partir do terceiro contrato destes docentes (duzentena).

Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes participaram da ação de ontem. Por volta das 13h45, os docentes quebraram os vidros de uma porta da secretaria. Eles usaram um pedaço de ferro para forçar a entrada no prédio, mas foram contidos pelos seguranças do local.

A greve

Entre as reivindicações, os professores pedem a valorização da carreira, reajuste salarial que equipare perdas salariais, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação e são contra o fechamento de salas de aulas, o que ocasionou a demissão de 20.000 professores e superlotou turmas remanescentes.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirmou que "avalia que a decisão do sindicato é extemporânea e ofensiva aos pais e alunos paulistas, uma vez que a categoria recebeu o último aumento salarial há sete meses, em agosto de 2014, o que consolidou um reajuste de 45%".

Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.

A Apeoesp argumenta que, passados os quatro anos, o reajuste está defasado e que por isso o aumento de 75,33% equipararia as perdas salarias aos vencimentos das demais categorias de nível superior. Hoje, o salário é de R$ 2.145, para 40 horas semanais.