Topo

Professores do Paraná retomam greve a partir de segunda-feira

Do UOL, em Curitiba (PR)

25/04/2015 22h46

Professores da rede estadual do Paraná vão retomar greve a partir de segunda-feira (27). A decisão foi tomada na manhã deste sábado (25) durante assembleia realizada pela classe em Londrina. Os profissionais rejeitaram a proposta de reestruturação da previdência e exigem reajuste salarial de 13%.

Face ao anúncio da nova manifestação, o Executivo deixou mais de mil policiais sob aviso para o cerco da Assembleia Legislativa, em Curitiba. Um cordão de isolamento foi montado na tarde de hoje, no Centro Cívico; a ação, segundo a assessoria, tem caráter preventivo. Durante a próxima semana, em torno de 50 mil professores deverão vir do interior para se juntar à greve.

"Ainda não fomos convocados oficialmente para fazermos a vigilância da Assembleia. Estamos no aguardo da confirmação", disse uma PM, que preferiu não se identificar. "Acho que a quantidade de policiais será definida a partir do número de manifestantes, que chegam na semana que vem", comentou.

Podem participar da segurança do perímetro da assembleia agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais), alunos da Academia do Guatupê, policiais do departamento logístico da Polícia Militar, funcionários da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) e até mesmo da Força Ambiental. Se convocados todos, os 1.120 policiais vão circular pelo Centro Cívico em quatro turnos.

O pedido por reforço foi feito pela Assembleia à Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) com o objetivo de evitar a invasão do plenário e garantir a finalização da votação dos projetos até a próxima quinta-feira (30). Durante a greve de fevereiro, manifestantes tomaram o plenário por três dias --na ocasião, os deputados tentaram votar o "pacotaço" em um restaurante.

Conforme explica o juiz Eduardo Lourenço Bana em liminar publicada nessa sexta-feira (24), a decisão tem o objetivo de garantir as votações, pois o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP-Sindicato) pode "inviabilizar a votação de projeto de lei contrário a seus interesses, o qual pretende organizar um novo cerco à Assembleia Legislativa". Uma multa de R$ 100 mil diários ao órgão representativo está prevista em caso de descumprimento da determinação.

Desconto na folha de pagamento

As faltas dos manifestantes serão registradas por diretores e chefes do núcleo da Educação para o conseguinte desconto em folha, informou o Executivo. Um pedido feito pelo governo à Justiça tenta classificar a nova greve como "abusiva" e "ilegal".

Ainda segundo a assessoria do órgão, os acordos fechados junto à classe estão sendo cumpridos e o projeto para a reformulação da previdência está em discussão há mais de 50 dias.