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Contra nova diretora, estudantes depredam escola municipal em Goiás

Estudantes destroem escola em Goiás por serem contra nova diretora - Pichações nas paredes - Reprodução - Reprodução
Pichações nas paredes da escola CAIC Tancredo de Almeida Neves
Imagem: Reprodução

Jéssica Nascimento

Do UOL, em Brasília

30/04/2015 11h59

Um vídeo de alunos da Escola Municipal CAIC Tancredo de Almeida Neves, em Valparaíso de Goiás, localizado há 39 km de distância do Distrito Federal, está rodando a internet. As imagens registradas pelo celular de um estudante mostram diversos adolescentes quebrando cadeiras, portas e janelas em forma de protesto. O motivo é a entrada da nova diretora, considerada rígida demais.

A violência ocorreu na última sexta-feira (24) no período vespertino. Cerca de 600 alunos do 6º ao 9º ano estavam presentes. Gritos de “Quebra quebra” e “Tirem a diretora” podem ser ouvidos no vídeo. De acordo com a Prefeitura da cidade, os envolvidos que incitaram os atos estão sendo identificados. Porém, até o momento, nenhum estudante foi punido.

Entre os prejuízos materiais estão uma porta, três janelas e algumas lâmpadas quebradas, pichações nas paredes, além de barras de grade, que já estão sendo substituídas. No último fim de semana, foi realizado um mutirão para reparar os danos no colégio e as aulas seguem normalmente.

Questionada sobre os problemas de indisciplina no local, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás enfatiza que ações e projetos envolvendo o fortalecimento de cidadania entre pais, alunos e colégio estão sendo implementados no colégio.

Adolescentes querem ser aceitos, diz psicóloga

De acordo com a psicóloga Flávia Acácio, a adolescência é uma fase que o pertencimento ao grupo e reconhecimento dos amigos é muito importante. “O jovem quer ser aceito e integrado em uma turma. Acredito que o vandalismo ocorreu por uma série de fatores, sendo uma delas, o desejo de ser igual ao outro. Ninguém grita, quebra e agride daquela forma mostrada no vídeo sozinho”.

Para Flávia, houve falha da escola já que não houve nenhum tipo de punição pela violência. “Os pais tem a responsabilidade de educar. Porém, o colégio também deve ter esse comprometimento. Quando não punido, a criança ou o adolescente pode voltar a se comportar de forma inadequada, não respeitando as regras e nem tendo limites”.