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Em assembleia, professores do PR aprovam continuidade de greve

Fabiana Maranhão

Do UOL, em Curitiba

05/05/2015 16h38Atualizada em 05/05/2015 18h57

Os professores da rede estadual do Paraná decidiram em assembleia na tarde desta terça-feira (5) dar continuidade à greve, que começou em 25 do mês passado. A reunião foi realizada no estádio Durival de Britto, no bairro do Rebouças, e reuniu milhares de professores.

A categoria é contra as mudanças na Paranáprevidência, fundo previdenciário dos servidores públicos paranaenses. O projeto de lei que autoriza as mudanças foi aprovado pelos deputados estaduais e sancionado pelo governador Beto Richa (PSDB) na semana passada.

Na assembleia, o APP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) informou que vai tentar anular a sessão na Assembleia Legislativa que aprovou a matéria e estuda entrar com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei.

Durante a votação da matéria na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (29), a Polícia Militar reprimiu protesto da categoria, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Centenas de pessoas ficaram feridas e 14 foram detidas.

Ato

Um ato realizado por professores, estudantes e sindicatos de outras categorias na manhã de hoje reuniu cerca de dez mil pessoas, segundo estimativa da PM, e cerca de 20 mil, de acordo com organizadores, no Centro Cívico, na capital paranaense.

Os manifestantes se concentram na praça 19 de Dezembro e seguiram em caminhada até a praça Nossa Senhora de Salete, onde fica o palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Durante o protesto, eles colocaram flores brancas nas grades do prédio da Assembleia Legislativa, de onde, no dia 29, foram jogadas bombas de gás contra os professores.

Desconto de dias parados

Em nota, o governo do Estado critica a decisão dos professores de manter a paralisação. "A decisão desrespeita uma decisão do Tribunal de Justiça, que considerou o movimento ilegal. Todos os itens acordados em março com a categoria estão sendo cumpridos pelo governo estadual, como quitações de pagamentos e obediência às normas para cálculo de alunos em sala", diz o comunicado.

O governo reforça que os dias parados serão descontados do salário dos professores desde o começo da greve, em 27 de abril. "Diretores e chefes de núcleo foram orientados a fazer as anotações e encaminhar os dados à Secretaria da Educação", segundo nota.

O governo informa ainda que vai acionar a Justiça para aumentar a multa ao sindicato por desrespeito à determinação judicial e também para responsabilizar criminalmente os integrantes da direção do sindicato. A multa fixada pela Justiça foi de R$ 40 mil por dia.