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Greve de 43 dias deixa 100 mil alunos sem aulas em SC

Grupo de professores ocupa o saguão da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina desde 23 de abril - Renan Antunes de Oliveira/UOL
Grupo de professores ocupa o saguão da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina desde 23 de abril Imagem: Renan Antunes de Oliveira/UOL

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianopólis

05/05/2015 18h42

A greve dos professores da rede estadual de Santa Catarina já dura 43 dias e está deixando sem aula cerca de 100 mil estudantes. As cidades com mais adesões de professores são Criciúma, Araranguá, Tubarão, São José e a capital Florianópolis.

Um grupo de 80 professores ocupa o saguão da Assembleia Legislativa desde 23 de abril. A Secretaria da Educação e o Sinte (Sindicato dos Trabalhadores na Educação) romperam negociações na semana passada. O governo do Estado exige que os professores voltem ao trabalho para retomar o diálogo.

Os professores demandam a retomada das negociações mesmo em greve, alegando que nas paralisações de 2011 e 2012 o governo fez a mesma promessa mas depois que o movimento foi suspenso o compromisso não foi mantido.

Os grevistas querem a implantação de um plano de carreira, mudanças na tabela salarial (diferença de rendimento menor entre professores com ensino médio e superior) e melhorias nos contratos temporários.

O coordenador do sindicato da categoria, Luiz Carlos Vieira, reclama que o governo está embutindo na sua proposta uma "quebra de direitos adquiridos que é inaceitável". O governo recuou de sua posição que mexia nos salários dos temporários, retirando medida que tramitava na Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina).

No dia 23 de abril, enquanto a proposta ainda estava em debate, os professores ocuparam o saguão da Alesc. Eles espalharam colchões de ar e camas de campanha pelos tapetes que estão da entrada do prédio até o plenário, armando uma cantina para lanches rápidos. Os trabalhos legislativos não foram interrompidos.

O professor Marcelo Serafim, um dos coordenadores da ocupação, disse que eles escolherem a Alesc "porque é o espaço público no qual o governo apresenta as propostas que mexem com a nossa vida, então é justo que venhamos aqui protestar".

A direção da Alesc não comenta o incidente e adotou uma postura de deixar como está até que governo e Sinte entrem em acordo.

Professores parados

Os números da greve são controversos. A rede estadual tem 550 mil alunos e 40 mil professores (incluindo auxiliares e temporários). O Sinte estima que a greve atinge 25% da categoria. O governo diz que são só 10%.

A reportagem do UOL visitou três grandes escolas públicas da capital nesta terça. A maioria das salas estavam vazias. Foram elas o Instituto Estadual de Educação, a Professor Jacó Anderle, de Canasvieiras (no norte da Ilha), e a do bairro Rio Vermelho (no leste).

A Secretaria da Educação informou hoje que vai manter sua decisão de não negociar enquanto durar a greve.