Topo

STJ decide que merendeira suspeita de envenenar comida pode ir a júri no RS

Do UOL, em Porto Alegre

20/05/2015 12h25Atualizada em 20/05/2015 19h41

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou recurso de uma merendeira acusada de tentar envenenar 39 pessoas em uma escola de Porto Alegre, em agosto de 2011, e ela poderá ter julgamento com júri.

"Essa é a maior injustiça que o mundo já viu. O juiz mandou arquivar na época esse processo. Ela não colocou veneno na comida. Pedimos que ela não vá a júri porque não há nenhuma prova contra ela, apenas uma confissão que ela diz que é falsa", alega o advogado da ré, Leandro Pereira. 

Tentativa de envenenamento

Na ocasião, alunos, professores e funcionários da Escola Doutor Pacheco Prates, no bairro Belém Velho, ingeriram veneno de rato colocado em um estrogonofe servido no almoço. Wanuzi Mendes Machado, na época com 23 anos, foi apontada pela polícia como responsável pelo ato. A defesa nega a autoria.

Em depoimento, ela teria admitido que colocou dois sachês de veneno na comida, a qual também ingeriu.

Wanuzi não explicou os motivos para o ato, apenas teria alegado "problemas psicológicos", conforme a polícia.

Entretanto, a defesa da merendeira afirma que diversos erros foram cometidos na investigação policial e que a acusada foi coagida.

MP fez acusação

Wanuzi acabou sendo denunciada pelo MP (Ministério Público) por tentativa de homicídio. Mas, em setembro de 2011, o juiz substituto da 1ª Vara do Júri, Leandro Raul Klippel, rejeitou a denúncia. Segundo ele, a quantidade de veneno foi pequena, o que fez com que ninguém se intoxicasse com gravidade. Algumas crianças se queixaram de enjoo e dor de cabeça, mas todas ficaram bem. As aulas chegaram a ser suspensas por uma semana. 

Os promotores recorreram da decisão, o que foi aceito pelo TJ (Tribunal de Justiça) do RS.

A defesa da merendeira recorreu ao STJ, mas o órgão acabou determinando que a merendeira seja levada a júri popular. Já há um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) que carece de apreciação. Até lá, Wanuzi permanece em liberdade.