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Tenho medo de não ter vestibular, diz aluna afetada 2 vezes por greve no PR

A estudante Lara Beatriz Zanesco, 16, está sem aulas por causa da greve de professores - Arquivo pessoal
A estudante Lara Beatriz Zanesco, 16, está sem aulas por causa da greve de professores Imagem: Arquivo pessoal

Lucas Gabriel Marins

Do UOL, em Curitiba

27/05/2015 13h38Atualizada em 27/05/2015 16h28

A estudante do 3º ano do ensino médio Lara Beatriz Zanesco, 16, está enfrentando um ano difícil. O colégio estadual em que estuda, em Maringá, no noroeste do Paraná, está em greve bem no ano em que ela fará o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para piorar a situação, a UEM (Universidade Estadual de Maringá), instituição na qual ela gostaria de cursar letras/inglês, divulgou nesta terça-feira (25) que não haverá vestibular de inverno.

“Estou com medo de não ter vestibular de verão aqui, mas tenho esperança e fé”, conta. Caso não possa estudar em Maringá, ela pretende tentar uma vaga na UEL (Universidade Estadual de Londrina). O problema é que a instituição divulgou, no final da tarde de terça-feira (26), a suspensão do calendário de aulas e do vestibular, que estava marcado, até então, para ocorrer entre 10 de agosto e 10 de setembro.

Além da UEL e da UEM, a Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), em Guarapuava, na região central do Paraná, também suspendeu os vestibulares de inverno e de verão. Já a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) decidirá, na próxima segunda-feira (1º), se cancela ou não o exame.

Mesmo com o cenário incerto, a estudante Lara tem estudado em casa e pelas redes sociais. “Não é a mesma coisa, pois não tem um professor por perto, mas ajuda”, conta.  Ela diz também que alguns colegas, com medo de perder o conteúdo, estão pensando em mudar para escolas particulares. “O problema é que querer é uma coisa, mas poder é outra. A maioria de nós não pode pagar por um colégio”, relata.

Greve

Entre os motivos do cancelamento do vestibular estão a greve dos professores da rede estadual, que pode afetar o calendário letivo das universidades, e a própria paralisação servidores das instituições de ensino superior. Eles resolveram interromper suas atividades em abril deste ano por causa do projeto do governo do Estado que modificava a Paranaprevidência, fundo previdenciário dos servidores públicos do Paraná.

A categoria, formada por 8 mil professores e 9 mil agentes universitários, também pede ajuste de 8,17% da data-base e não aceita o reajuste salarial de 5% proposto pelo governador Beto Richa (PSDB).  

As sete universidades do sistema estadual de ensino superior do Estado, segundo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, aderiram à greve. São elas: UEL, UEM, UEPG, Unicentro, Unioeste,  Unespar (Universidade Estadual do Paraná) e Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná).